"A vida é de quem se atreve a viver".


Mulheres unidas protestam contra a Reforma da Previdência, contra o feminicidio...
Greve Geral: Ato Unificado no Dia Internacional da Mulher

Nesta quarta-feira, 8/3, concentração às 14h, em frente ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. De lá, trabalhadoras de várias categorias, estudantes e ativistas do movimento farão uma marcha em direção à Praça dos 3 Poderes.

Com a proposta de "greve geral", as mulheres do Distrito Federal e Entorno vão protestar contra o governo de Michel Temer, contra o racismo, contra o feminicídio, contra a reforma da Previdência, e também pelo direito de abortos legais e seguros.

“Num contexto agravado pelo golpe parlamentar, jurídico e midiático, a união das mulheres se mostra ainda mais urgente. Em vez de ser solução para a crise econômica, o ajuste fiscal proposto pelo governo aprofunda a concentração de renda, aumenta a desigualdade e promove o desemprego. O governo golpista também avança nas privatizações, corta investimento nas políticas sociais e retira direitos, atingindo diretamente nossas vidas”, ressalta a carta convocatória assinada pelas mulheres brasilienses.

Veja os principais pontos de luta:

Por que paramos?

* Basta de feminicídio: o Brasil está entre os cinco países com maior índice de homicídios de mulheres, segundo o Mapa da Violência 2015. No DF, a taxa desse crime cresceu 41,1% entre 2006 e 2013.

Seis cidades do Entorno estão entre as cem onde mais se matam mulheres no País. As vítimas preferenciais são as negras, jovens e com baixa escolaridade.

* Contra a cultura do estupro: no Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. No DF, 60% dos estupros em 2016 vitimaram jovens com menos de 14 anos de idade.

É comum culpar a vítima pela violência sofrida e tratar a agressão dos homens como algo normal. Cantadas de rua, piadas sexistas, ameaças, assédio moral e sexual dão formato à cultura do estupro, cuja violência tem consequências seríssimas para nossas vidas.

* Pela legalização do aborto: o aborto está entre as principais causas de morte de mulheres no Brasil.

A cada dois dias, uma mulher morre em decorrência de aborto clandestino. Esse grave problema de saúde pública mata sobretudo as mulheres em situação de vulnerabilidade: por não ter como pagar, mulheres pobres, negras e com menos escolaridade recorremos a métodos que ameaçam nossas vidas.

* Pelo fim do racismo cotidiano contra as mulheres negras: nosso passado escravocrata e ausência de políticas, ao longo dos séculos, voltadas às mulheres negras nos colocam em posição subalterna, como objetos sexuais, tirando-nos o acesso a direitos fundamentais e reforçando desigualdades baseadas em gênero e raça/cor.

Mulheres e meninas negras enfrentamos desproporcionalmente a combinação de múltiplas formas de discriminação e somos a maioria das vítimas em diversos indicadores de violações de direitos, inclusive nos feminicídios, forma mais grave de violência contra as mulheres.

* Pelo fim da lesbofobia e em defesa da vida das mulheres trans: o Brasil é onde mais se matam LGBTs. A sobreposição de preconceitos aumenta o risco e faz com que a violência dentro e fora de casa seja real para lésbicas, mulheres bissexuais, trans e travestis.

O preconceito e o machismo institucionais (em escolas, serviços de atendimento de saúde, segurança e justiça) negam-nos o acesso ao mercado de trabalho e o direito à nossa identidade.

* Pelos direitos das mulheres com deficiência: aproximadamente 40% das mulheres com deficiência no mundo já sofreram violência doméstica. No Brasil, somos mais de 25 milhões de mulheres com deficiência, a maioria negras.

Pelo isolamento social e pelo silêncio que circunda nossos corpos e nossas vidas, ficamos ainda mais expostas a todo tipo de violência e de abuso.

* Pela vida das mulheres em privação de liberdade: o sistema carcerário reproduz as desigualdades de gênero, restringindo as oportunidades de estudo e de trabalho para as mulheres.

* Pelo fim da violência contra indígenas, quilombolas e mulheres do campo: principais responsáveis pela agricultura familiar e pela pecuária, somos as que mais sofremos com a atuação de grandes empresas em nossos territórios e as desigualdades trazidas por esse modelo de crescimento econômico.

A luta a que as mulheres se propõem é por outra sociedade, mais justa e solidária, que saiba valorizar todos os conhecimentos, em especial os ancestrais e tradicionais.

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