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Gravura de Tarsila do Amaral de 1971
MAB abre para visitação pública com Tarsila do Amaral e Orlando Brito

O Museu de Arte de Brasília (MAB) abre suas portas ao público a partir desta sexta-feira (28/5). O museu volta a funcionar, depois de 14 anos de reformas, com duas exposições. Uma, no hall, com seis gravuras da artista Tarsila do Amaral (1886-1973) pertencentes ao acervo do MAB. A mostra celebra os 135 anos do nascimento de uma das mais importantes artistas do Brasil, que revolucionou a arte brasileira.

Tarsila foi a primeira artista a criar uma arte verdadeiramente nacional, nas palavras de Mário de Andrade. Sua pintura Abaporu (1928) fundou o movimento artístico da Antropofagia e é um dos quadros brasileiros mais conhecidos dentro e fora do país. A obra pertence atualmente ao Museu de Arte da América Latina de Buenos Aires (MALBA). As gravuras em exibição foram expostas pela última vez no MAB em 2004 e fazem parte de uma série de dez obras criadas pela artista paulista em 1971, cujos temas são paisagens antropofágicas e vistas de praias e do interior.

No Pilotis do MAB está a mostra Brasília: cenário do Poder reúne 18 fotografias realizadas entre 1966 e 2021 pelo fotógrafo e jornalista Orlando Brito, profissional reconhecido na cobertura política em Brasília. Mineiro e de família pioneira na capital, Brito começou sua vida profissional no jornal O Globo e depois migrou para a Veja, onde ficou por 16 anos. Foi também editor de fotografia do Jornal do Brasil, no Rio. Autor de diversos livros de fotografia, tornou-se hors concours” do Prêmio Abril de Fotografia, que ganhou 11 vezes.

Suas fotos normalmente ultrapassam o registro fotojornalístico e trazem um discurso poético-artístico a ponto de terem sido incorporadas aos acervos de instituições como o Museu de Arte de São Paulo, os Museus de Arte Moderna do Rio e de São Paulo e o Centre Georges Pompidou, de Paris. Na mostra, imagens do período da ditadura militar, da Constituinte (como a foto, acima, de Ulysses Guimarães em frente ao Congresso Nacional em 1988), das Diretas Já e da pandemia da Covid-19.

O MAB exibe ainda 10 painéis que contam a história do museu e de seu acervo. O público também poderá conhecer as transformações pelas quais passou na mais recente reforma. Entre as imagens reproduzidas estão as de obras de artistas como Rubem Valentim, Fernando Carpaneda e Célia Matsunaga.

Também apresenta, pela primeira vez, imagens de uma parte do acervo de design do MAB. Em celebração ao reconhecimento de Brasília como Cidade Criativa em Design pela UNESCO em 2017, o MAB reabrirá como um museu de arte e de design, com um acervo de cerca de 20 móveis autorais, incluindo peças raras de Sérgio Rodrigues e de Jorge Zalszupin e obras de designers jovens premiados da cidade, como Eduardo Borém e Raquel Chaves.

O museu vai oferecer um horário expandido de visitação, de 9h às 21h, todos os dias à exceção de terça-feira, diferenciando-se de outros museus da Secec, que abrem de sexta a domingo. Quatro exposições vão ocupar o hall, o pilotis e a área externa.

Para a segurança dos visitantes, serão adotados os protocolos de segurança de praxe: obrigatoriedade de máscara para entrar, medição de temperatura dos usuários na entrada, distanciamento monitorado entre as pessoas e álcool gel disponibilizado.

“Cumprimos mais um compromisso assumido com o público da capital e do Brasil, ao reabrir o MAB, completamente revitalizado e em condições de conforto e segurança sanitária, permitindo acesso ao acervo de valor incalculável”, destaca Bartolomeu Rodrigues, secretário de Cultura.

Outra novidade será a possibilidade de circulação de animais de estimação na área externa e nos pilotis de modo experimental, desde que responsáveis pelos “pets” respeitem a convivência com os visitantes e a higiene do local, das obras e dos equipamentos do museu. “Caso não haja incidentes sérios nas semanas seguintes à abertura, a política será tornada permanente”, diz Marcelo Gonczarowska, gerente do MAB.

Haverá, neste momento, máquinas automáticas de venda de lanches. Um café está previsto para funcionar nos pilotis, mas depende de licitação que será feita em junho e ficará sob a responsabilidade de Organização da Sociedade Civil ainda não definida.

O arquiteto e urbanista Luiz Philippe Torelly sugere à Secretaria de Cultura que realize no MAB exposições temporárias com obras do acervo das instituições federais localizadas em Brasília e que estão trancafiadas em salas e escondidas do público. O arquiteto se coloca à disposição para debater essa possibilidade quando houver interesse da Secec.

Leia aqui artigo relacionado ao tema proposto por Torelly.

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