"A vida é de quem se atreve a viver".


CIMAM solicita ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que mantenha o financiamento público para o MAR a fim de garantir: “a continuação bem-sucedida da instituição; a conservação e o cuidado de sua coleção de acordo com os padrões internacionais e os cargos da equipe, incluindo profissionais de arte, educadores, gerentes culturais, equipe de manutenção e segurança”. (Foto: Thales Leite).
Comitê Internacional de Museus defende a permanência do MAR

A situação financeira crítica no Museu de Arte do Rio (MAR) mobilizou o Comitê Internacional de Museus e Coleções de Arte Moderna (CIMAM) em sua defesa. A organização, fundada em 1962, tem o objetivo de defender um mundo onde a contribuição de museus, coleções e arquivos de arte moderna e contemporânea para a cultura, social, e o bem-estar econômico da sociedade sejam reconhecidos e respeitados.

O CIMAM reconhece as inestimáveis ​​contribuições culturais e educacionais do Museu de Arte do Rio, não apenas para a cidade do Rio de Janeiro e seu povo, mas para todo o Brasil, e para comunidades e museus ao redor do mundo. O CIMAM deseja expressar sua profunda preocupação com a atual situação econômico-financeira do MAR, na esperança de que sejam garantidos os salários e os serviços em 2020 e de forma permanente nos próximos anos.

A entidade internacional pede ao prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que mantenha o financiamento público para o museu, a fim de garantir:

  • a continuação bem-sucedida desta instituição única;
  • a conservação e o cuidado de sua coleção de acordo com os padrões internacionais de melhores práticas de museus, estabelecidos pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM);
  • os cargos da equipe de cem funcionários do museu, incluindo profissionais de arte, educadores, gerentes culturais, equipe de manutenção e segurança.

    O Comitê de Vigilância de Museus da Diretoria do CIMAM é composto por: Bart De Baere, Calin Dan, Sarah Glennie, Malgorzata Ludwisiak, Victoria Noorthoorn e Eugene Tan. O CIMAM é uma organização afiliada do ICOM - Conselho Internacional de Museus.

Sobre o programa de observação de museus do CIMAM

Em 2012, o CIMAM iniciou uma série de publicações de notícias, respondendo às diferentes situações críticas enfrentadas por museus e coleções em todo o mundo, com foco nas regiões afetadas pelas crises econômicas e políticas globais. O Museum Watch Program, desenvolvido a partir disso, serve como um programa de advocacia que aborda situações específicas que impactam os profissionais dos museus e instituições sem fins lucrativos de arte moderna e contemporânea.

O objetivo do Museum Watch Program é ajudar os profissionais de museus de arte modernos e contemporâneos a lidar com situações críticas que comprometem sua capacidade de empreender sua prática profissional e afetam a capacidade de um museu de operar de acordo com os padrões internacionais de melhores práticas. Isso é feito gerando debate, usando a conferência CIMAM como plataforma para reflexão compartilhada sobre questões-chave e defendendo publicamente a boa governança e as melhores práticas.

O MAR

O MAR é um museu público fundado pela prefeitura do Rio de Janeiro que já alcançou reconhecimento mundial combinando uma visão artística internacional com programas educacionais e concentrando-se em comunidades locais de baixa renda.

Como cidade, o Rio de Janeiro está atualmente em apuros financeiros. Um dos muitos efeitos disso foi colocar em risco seu financiamento público estrutural limitado, mas crucial, para o Instituto Odeon, organização que administra as operações do MAR, desde a sua fundação.

Ao longo da história do MAR, o Instituto Odeon foi responsável por suas atividades de captação de recursos para garantir o orçamento das exposições e programas educacionais do MAR. O financiamento público, da ordem de R$ 1 milhão - aproximadamente US$ 200.000 - por mês, destina-se exclusivamente a salários e custos de manutenção. A perda dessa base pública quase certamente resultaria no colapso da instituição.

O MAR foi fundado em 2013 para revitalizar a área portuária do Rio de Janeiro. Desde então, construiu uma das coleções de arte mais importantes do Brasil, com uma coleção de mais de 9.000 obras e um arquivo contendo 20.000 documentos representando e gravando a nata da cultura visual brasileira.

A coleção foi generosamente doada ao estado brasileiro pela sociedade civil do país - incluindo artistas, galeristas e colecionadores, além de muitos outros cidadãos - como um voto de confiança em sua equipe profissional sênior, que incluía o lendário curador brasileiro Paulo Herkenhoff. Nos últimos seis anos, a equipe do MAR implementou um programa de mais de sessenta exposições reconhecidas internacionalmente de artistas brasileiros e internacionais. Também sediou um dos programas educacionais mais vibrantes do país.

Os excelentes programas educacionais do MAR são atendidos não apenas pelos visitantes do museu, mas por uma ampla variedade de comunidades locais de baixa renda, famílias com crianças e escolas financiadas pelo Estado. Isso faz do MAR um dos principais exemplos de museu do mundo, concebido como um espaço inclusivo para os conceitos, expressões e tradições artísticas mais plurais que definem a cultura de uma nação, neste caso a do Brasil.

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