Antônio Carlos Queiroz (*) –
Comemoramos hoje (9/1) o centenário de João Cabral de Melo Neto, o grande pernambucano seco, que engenheirava versos como geômetra, na tradição horaciana da poesia como pintura ou escultura. Que se queria antilírico, antissentimental, antimelódico. Que pretendeu espalhar pedras de tropeço no caminho dos leitores. Ele queria tudo isso, mas parece que não conseguiu, pelo menos não completamente.
Não se deve confiar nos manifestos dos poetas (sempre escritos em prosa, prosaicos). Melhor confiar nos versos. E os versos de Cabral, falando das coisas, falam de si e da saga dos homens e mulheres do mangue e do universo, com todas as suas paixões, irrevogáveis.
Seguem quatro poemetos que acabo de cometer, em sua homenagem.
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(*) Antônio Carlos Queiroz, jornalista.