Brasília acordou hoje (19/12) com uma notícia desejada pelo movimento cultural da cidade: a demissão de Adão Cândido, secretário de Cultura e Economia Criativa. Para o seu lugar, interinamente, fica o secretário Executivo Cristiano Vasconcelos da Silva.
As reações nas redes sociais foram imediatas. Sobre este assunto, o diretor de teatro e um dos sócios do Espaço Multicultural Casa dos 4 Alexandre Ribondi escreveu: “A saída de Adão Cândido significa tanto quanto a sua chegada ao cargo: nada. Inexpressivo, incapaz de mostrar a cara e falar com os artistas e técnicos da cidade, ele foi sempre um espaço vazio. O próximo secretário de Cultura provavelmente será a mesma coisa: um ordenança do governador Ibaneis Rocha, que sente desprezo pela cultura”.
O jornalista e radialista Dioclécio Luz também se pronunciou: “Ele não saiu porque pegou o dinheiro do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) para outras ações. Isso foi decisão de Ibaneis, ele [Adão] não bancaria isso sozinho. Ele apenas cumpriu ordens. A gente ainda não sabe porque ele saiu. Essa é a verdade”.
Desde que assumiu, em janeiro deste ano, o secretário demitido se viu envolvido em polêmicas, como desvio de recursos do FAC para a reforma do Teatro Nacional Cláudio Santoro e a nomeação de um universitário para comandar a Biblioteca Nacional de Brasília, o que não é permitido legalmente, já que a função é exclusiva de bibliotecários com registro profissional.
A decisão do ex-secretário de retirar recursos do FAC e cancelar um edital já aprovado em 2018 recebeu críticas de artistas, produtores e entidades locais. Em junho, o Tribunal de Contas do DF atendeu a pedido do Ministério Público junto ao TCDF e suspendeu o redirecionamento dos recursos, que atualmente estão contingenciados.
O GDF conseguiu manter a reforma do Teatro Nacional após receber verba do Governo Federal. No Festival de Brasília do Cinema Brasileiro deste ano, Adão Cândido foi recebido com retumbantes vaias na noite de abertura.
Questionado pelo site G1 sobre o motivo da exoneração, o Governo do DF informou que "nomeações e exonerações ocorrem de acordo com as avaliações das chefias imediatas e do próprio chefe do Executivo, o governador Ibaneis Rocha, que detém a prerrogativa de formação da equipe de governo", disse em nota.
Já o desgastado Adão Cândido afirmou à reportagem do G1 que está em Porto Alegre e que "foi um ano de conquistas". Em nota, ele disse que "agradece a oportunidade e confiança dada pelo governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha para realizar durante todo o ano de 2019 este trabalho à frente da Secretaria de Cultura e Economia Criativa".