"A vida é de quem se atreve a viver".


TT Catalão: “O Complexo Cultural do Bumba meu Boi do Maranhão é o mais recente Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, que só terá força se o Estado não se omitir (mais do que já se omite)". (Foto: TT Catalão).
Hora de Guarnicê

TT Catalão –

Hora de Guarnicê, canto de guerra do Maranhão pra dizer que o "batalhão" tá pronto no amanhecer da brincadeira do Boi. A escolha do Complexo Cultural do Bumba meu Boi do Maranhão é o mais recente Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

O Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda da Unesco, reunido em Bogotá, na Colômbia, nesta quarta-feira (11/12), celebrou o que o povo consagrou com um título que só terá força se o Estado não se omitir (mais do que já se omite) na salvaguarda desse bem cultural. E bem cultural é bem comum!

No país dos atuais sombrios tempos sem brios dos AI-CÍNICOS tem chicago´s boys pra todo lado, mas brincadeiras de boi também, ainda não morreram.

A diversidade de sotaques (mesmo dentro do Maranhão, com baixada, matraca, zabumba, costa-de-mão e orquestra) e nuances com toques de outros estados faz do Boi um mosaico de estilos e estéticas rimando devoção e fé nos santos juninos com festa profana com a aura das divindades de cultos de matriz africana e na cosmogonia e lendas da região.

Quando pedi demissão do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan (em repúdio ao Golpe do Temer) estava com uma viagem pronta para documentar a festa em São Luís, testemunhei o longo trabalho de costuras e argumentações técnicas nessa bela instituição (em risco) na criação e salvaguardas dos bens culturais imateriais. Penúria econômica, pressão do tal desenvolvimento que só vê o imediato, descaso do estado em fortalecer as práticas e, hoje, tudo agravado pelo clima hostil de ódio à arte e à cultura. Principalmente a popular.

As fotos, acabei fazendo no encontro que Mestre Teodoro (na foto, abaixo) promovia em Brasília quando ele encarnou o Boi na cidade high-tech e semeou brasis na maquete contemporânea. Essa festa foi a de 2010. Tem as belíssimas serigrafias de Aroldo Marinho (foto, abaixo) e a lembrança dos muitos Bois no anúncio homenagem que fizemos no ex-MinC para dizer que onde um ou dois decidir cantar, dançar e se expressar bota um boi na roda uma atitude na frente e encara a canalha do atraso.

BOI QUE BABA É BOI QUE BOBEIA BOI QUE DANÇA É BOI SEM BOICOTE QUE GIRA A REDE RODA A IDEIA NÃO AFUNDA RESISTE RODOPIA BALANÇA E BÓIA BOI LUMIADO BOI ABUSADO BOI CANDEIA

Em Pernambuco, boi-calemba ou bumbá; no Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí é chamado bumba meu boi; no Ceará, é boi de reis, boi-surubim e boi-zumbi; na Bahia é boi-janeiro, boi-estrela-do-mar e mulinha-de-ouro; em Minas Gerais e no Rio de Janeiro é bumba ou folguedo-do-boi; no Espírito Santo é boi ... etc etc etc porque o Brasil não é só de uns com reinado tirano para alguns...

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