Representantes de museus, reunidos na casa de Fabio Szwarcwald, exonerado da direção da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, criaram a Frente pela Cultura para defender o setor e atrair investimentos.
Ao mesmo tempo, um grupo de artistas, curadores, escritores, pensadores, pesquisadores está convocando para a próxima terça-feira, 26/11, às 15h, ato público em frente ao Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), na Praça Mauá, Rio de Janeiro.
Estavam presentes na reunião que criou a Frente pela Cultura representantes do Museu de Arte do Rio (MAR), Museu de Arte Moderna (MAM), Museu Casa do Pontal, Museu do Amanhã, entre outras instituições.
Segundo matéria do jornal O Globo, assinada pelo jornalista Nelson Gobbi, um conselho composto, além de Szwarcwald, por nomes como Evandro Salles, ex-diretor cultural do MAR, vai estabelecer diretrizes para a frente, que serão levadas ao poder público. A intenção do grupo é ampliar a articulação política, tanto com as autoridades quanto com membros do Poder Legislativo, além de reforçar junto à população o valor da cultura e dos equipamentos.
“A proposta é definir estratégias para garantir o funcionamento destas instituições, desde buscar parcerias com a iniciativa privada até mostrar para a sociedade o quanto valem os museus e as coleções, quantos empregos geram e que retorno dão”, diz Szwarcwald.
“Além de sensibilizar os gestores públicos, queremos o apoio de vereadores, deputados, senadores. Vamos começar pelo Rio, que vem sofrendo com equipamentos fechados ou em risco de fechar, além da falta de investimentos em todos os níveis. Mas a ideia é criar um movimento nacional”, completa Szwarcwald.
Para Evandro Salles, é fundamental unir diferentes pontos de vista em defesa da cultura, de artistas a empresários, passando por educadores e pensadores: “É importante pensar a cultura e a arte como um projeto de muitas vozes, e não de uma instituição ou de um governo específico. E defender a cultura do Rio é defender a de todo o Brasil. Sem abraçar o setor não conseguiremos evoluir em nenhuma área, nem socialmente, nem na educação ou na economia”.
Ainda para Szwarcwald, é fundamental criar um clima de confiança nas gestões profissionais para atrair investimentos privados: “A crise do setor não tem a ver com a qualidade do trabalho, muito pelo contrário. O MAR, a Casa do Pontal, a EAV, entre tantos outros, têm programas de excelência. Falta ao Estado reconhecer que a cultura é uma área prioritária, em que valha a pena investir — comenta. — Os recursos privados só virão se as empresas tiverem confiança no trabalho e na sua continuidade. E se estes espaços puderem cumprir livremente seu compromisso com o conhecimento e a diversidade”.
Artistas organizam ato de resistência pelo MAR
Um grupo de artistas, curadores, escritores, pensadores, pesquisadores, que já conseguiu mais de 30 mil assinaturas pela internet, está convocando para a próxima terça-feira, 26/11, às 15h, ato público em frente ao Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR), na Praça Mauá, Rio de Janeiro.
A ideia é chamar a atenção das autoridades para o fato de que o museu passa por uma grave crise financeira e indefinições sobre seu futuro.
No dia 19/11, o grupo enviou uma carta ao Secretário de Cultura do Rio de Janeiro, Adolfo Konder, solicitando que ele agendasse um encontro com representantes do movimento de apoio ao MAR com o prefeito Marcelo Crivella.
A comissão de representantes do movimento de apoio ao MAR que irá se reunir com o prefeito, assim que o encontro for agendado, é formada por: Clarissa Diniz, Eliana Sousa Silva, Ernesto Neto, Heloísa Buarque de Hollanda, Mauricio Dias, Milton Guran, Paula Trope e Rosana Palazyan.
Segundo os organizadores do ato público, desde sua inauguração há seis anos, o MAR vem se tornando um dos museus mais visitados do país – tendo recebido mais de três milhões de visitantes. Além disso, o museu já organizou mais de 60 mostras, possui um setor educativo vivo e vibrante, além de oferecer regularmente cursos de formação para professores dos ensinos fundamental e médio.
O MAR construiu um acervo formidável, que consiste em mais de nove mil obras, com nomes emblemáticos da arte brasileira e estrangeira, estimado em R$ 150 milhões. Esta potente coleção, uma das mais importantes do país, foi construída em grande parte por doações realizadas por artistas, galeristas e colecionadores, que o fizeram pela confiança nas diretrizes da instituição.
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