Um dos cadetes em plena ação na casa de Hipotenusa (Foto: ACQ)
“Em redor do buraco tudo é beira”

Antônio Carlos Queiroz (ACQ) –

Uma das tragédias na terra de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro e Paulo Freire é o fato de grande parte do povo ter letramento deficiente e ser fraco nas contas.

Os jornais noticiaram nesta quarta-feira, 24 de fevereiro, que 95% dos estudantes terminam a escola pública sem o conhecimento adequado de Matemática.

Os dados, apurados pelo Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb), são ainda mais terríveis porque muitos desses alunos não puderam no ano passado frequentar as escolas, fechadas por causa da pandemia. Para completar a desgraça, não tiveram plena compensação nas aulas remotas.

Apenas 5% desses alunos, cursando o terceiro ano do Ensino Médio, puderam resolver problemas com dados probabilísticos ou com a aplicação do teorema de Pitágoras.

Um dos gargalos a resolver é a formação dos professores de Matemática, diz Cláudio Landim, coordenador da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Hoje, grande parte dos professores ensina sem dominar a matéria, diz Landim.

Como é que um país pode se desenvolver sem massa crítica suficiente, quer dizer, engenheiros, químicos, físicos, biólogos, médicos, sociólogos, técnicos em eletricidade… professores de Matemática? Não pode!

Me deu um banzo daqueles depois de ler essa notícia. Liguei pra um amigo, desolado. Desolado eu, não ele! A valência foi o meu amigo ter me animado com uma historinha. Consegui sair do buraco e alcançar a beira. Daí me lembrei de um caso do Ariano Suassuna no qual o personagem diz que “em redor do buraco tudo é beira”. Ouça o caso aqui

Gente, o Brasil está todo na beira!

Mas chega de conversa mole e vamos à historinha:

Hipotenusa Buarque de Moraes quis saber se podia enfrentar os seus vizinhos juntos, dois cadetes da Aeronáutica recém-chegados. Convidou-os para um jantar no seu apartamento, exigindo que usassem máscaras.

Os cadetes, muito quadrados, brocharam na hora do vamos ver. Eram bolsonaristas e não entendiam nada de trigonometria.

Muito chateada, Hipotenusa passou o resto da noite dobrando papel. No dia seguinte, vendeu os origamis numa plataforma online, comprou vinho e se preparou para um novo encontro com outra dupla de cadetes, dessa vez, do Corpo de Bombeiros.

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