Ouço o Beethoven e o Liszt para voar para outra "realidade menos morta", como diria o Chico; se ficar sentimental, vou ligar o Concerto número 2 do Rachmaninoff, sublime, nobre e brega!
Exercícios pra fugir da depressão

Antônio Carlos Queiroz (ACQ) –

Não exatamente porque hoje é sábado, mas porque virou hábito, me levantei de manhã e fui ver a fieira de desgraças nos jornais e na GloboNews.

Continuam as discussões sobre os absurdos na reunião ministerial de 22 de abril e os abmudos do Abraham Weingarten perante os federais.

Me lembrei do Abrãozinho no Boitempo do Drummond:

Largou a venda, largou o dinheiro,
largou a amante sem se despedir.
Foi para o Rio fazer o quê?Sentar no banco em frente ao Supremo
Tribunal Federal,
estourar a tiro a própria cabeça,
fazendo justiça
a si mesmo, crime
ignorado até de si mesmo.
A carta de suicida
– “Me firmo Abraão Elias” –
nada esclarece.

Fica a sugestão!

Tarado de Abadiânia - Vi que o Bozo foi a Goiânia visitar os soldados de lá, passou por Anápolis, e tomou café numa lanchonete de Abadiânia, tirando a máscara e espalhando mais coronavírus. Acho que ele deve ter lamentado não poder encontrar o tarado do João de Deus. Imagine, poderia fazer um convênio para distribuir cloroquina diluída na água fluidificada Dom Inácio.

Vi também que o Trump, escalando a guerra fria contra a China, ameaçou de expulsão os estudantes chineses acusados de espionagem.

Em compensação, vi o levante do povo negro americano, que está tocando fogo país afora em protesto contra o assassinato a sangue frio, filmado, do “gigante gentil” George Floyd. É a vez de uma nova geração (X-3?) se inspirar nas lições de Martin Luther King e Malcolm X. Cá pra nós, essa história de que o MLK era apenas pacifista é conversa pra boi dormir! Voltarei ao assunto oportunamente.

Tanta notícia ruim pra estragar o sábado e aprofundar a depressão! Resolvo me desligar da realidade horrorosa e voar pra outra. Que tal a Sonata ao Luar do Beethoven? Que tal a Apassionata? E as Rapsódias Húngaras do Liszt? E a Sonata? Se eu ficar sentimental demais, vou acabar ouvindo o Concerto nº 2 do Rach, sublime, nobre e brega!

Ajoelhando - Já estou perto das 13h. Hora do almoço. Me ajoelho para comer a torta de bacalhau da minha cunhada Ana Virgínia com um vinho Chianti, desses baratinhos. No YouTube o Liszt. Daí me chega um zap da amiga Cristina Sá com uma crônica do Zeduardo Agualusa, a “Hermenêutica da hemorroida”. Adivinhem de quem!

Cara, já tenho uma alegria para a sobremesa: no final da crônica, o Agualusa repete um argumento que eu mesmo escrevi dias atrás: o Bozo é incompetente até no xingatório.

Na minha Crônica & Aguda de 24 de maio, “Presidente Xumbrega”, eu disse que aqui em casa nós somos especialistas em palavrões, leitores vorazes do Dicionário do Palavrão e Termos Afins do Mário Souto Maior. Coincidentemente, o Agualusa diz hoje, dia 30, no jornal O Globo, que os seguidores do Bolsonaro “demonstram fraca criatividade até nos palavrões e conhecimento da língua”. Completa: “Sugiro que leiam o Dicionário de Insultos, de Sérgio Luis de Carvalho. Também na boçalidade se exige um mínimo de conhecimento e elegância”.

Pronto, com essa ganhei a tarde do sábado! Agora vou ver a live da Teresa Cristina!

 

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