"A vida é de quem se atreve a viver".


O presidente eleito é Luis Arce, mas Evo Morales é o grande vitorioso. Em breve estará de volta a La Paz, após deixar seu exílio na Argentina
A indigente diplomacia do Itamaraty

Romário Schettino –

A vitória retumbante do candidato do Movimento para o Socialismo (MAS), Luis Arce, na Bolívia, é mais um duro golpe na indigente diplomacia bolsonarista comandada pelo incompetente ministro Ernesto Araújo.

Depois de se meter nas eleições argentinas e ser derrotado com a vitória de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, Araújo ainda tentou se envolver no Uruguai oferecendo apoio ao candidato Luis Lacalle Pou, adversário do partido de José Mujica. Lacalle acabou sendo eleito sem aceitar o apoio de Bolsonaro por considerá-lo um político de extrema-direita desconectado com a realidade de seu país.

Agora, mais uma derrota. Bolsonaro despachou seus diplomatas para ajudar a oposição e foi de novo derrotado na Bolívia.

O presidente eleito é Luis Arce, mas Evo Morales é o grande vitorioso. Em breve será possível ver o retorno de Morales a La Paz. Atualmente ele está exilado na Argentina.

Arce foi ministro da Economia e Finanças de Evo durante onze anos e foi o responsável pelo sucesso da economia boliviana reconhecido pelo Banco Mundial e pelo FMI. Nesse período, o índice da pobreza caiu de 59,9% para 34,6%. Depois de nacionalizar o petróleo e o gás, o PIB do país passou de US$ 11 bilhões, em 2006, para UR$ 40 bilhões em 2019, o ano do golpe.

Enquanto isso, o Brasil navega em mares turbulentos e sem rumo. Do ponto de vista geopolítico, o Itamaraty é um fracasso. A todo instante, aponta para alvos inexistentes ou incorretos. Além de isolado internacionalmente, o Brasil tem se aliado ao que há de pior na ONU.

Na última votação desastrada, o Itamaraty orientou voto contrário à suspensão de patentes de vacinas e medicamentos contra a Covid-19, enquanto Argentina, Chile e Colômbia sinalizaram apoio à proposta da Índia e da África do Sul. O Brasil é o único emergente a apoiar os ricos.

Outra trapalhada diplomática foi a vergonhosa descoberta de que agentes secretos brasileiros entraram na reunião sobre o clima em Madri, promovida pela ONU, para espionar a opinião dos “maus” brasileiros que participavam do encontro. Nada mais antidemocrático e fora de propósito.

Só falta agora Joe Biden vencer Donald Trump nos EUA, para desespero da família Bolsonaro e seu amestrado ministro das Relações Exteriores.

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