Maria Lúcia Verdi –
Brasília tomada pela energia da resistência e da renovação: mulheres indígenas de todo país; trabalhadoras rurais, as Margaridas; professores e estudantes - todos unidos na luta por um país digno.
Entristecidos, desanimados, revoltados como estamos, hoje (13/8) tivemos um banho de esperança e força que se repetirá amanhã. Em frente à Biblioteca Nacional Leonel Brizola encontramos a concentração dos professores e estudantes; daí a pouco, descendo desde o acampamento próximo ao Memorial dos Povos Indígenas, as mulheres indígenas chegam como uma onda de energia e força irradiante. Seus corpos coloridos, seus cantos e danças nos atraem para um centro, aquele que Eliane Brum aponta na Amazônia.
Amanhã essa marcha será maior pois a ela se unirão as Margaridas, trabalhadoras do campo que vieram de ônibus de todas as regiões para afirmar presença num momento chave para o país.
Presenciamos um furacão de vozes cidadãs de todas as origens que reclama um país de acordo com a nossa Constituição.
Ao ouvirmos Puyr Tembé (foto, abaixo), jovem liderança indígena, numa fala irrepreensível, vislumbramos a esperança: dos povos da floresta, da resistência da raiz (título sugerido por minha amiga Irene Castro), pode surgir a força que nos reviva como nação. Com o retorno às origens, a reconexão com as vozes da natureza e dos que possuem os saberes tradicionais, poderão os brasileiros recriar o ânimo indispensável para a luta e a transformação.
Que venham mais pessoas, que venham mais corpos e vozes para essa caminhada. O ativismo requer os corpos presentes neste momento. Que o país veja surgir na Capital um furacão irreprimível, apesar de todo aparato de repressão. E que em todo o Brasil isso aconteça!
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As fotos são de Maria Lúcia Verdi.