"A vida é de quem se atreve a viver".


Alexandre Ribondi: “Esse homem imbecilizado que ocupa o cargo de ministro da Educação do Brasil foi burro e demonstrou seu profundo atraso cultural, humano e médico.”
A homossexualidade do ministro desajustado

Alexandre Ribondi –

Basta de os homossexuais sermos a reserva da sociedade a que recorrem todos os reacionários, fascistas, moralistas, burros e canalhas quando querem exibir seus preconceitos e suas ignorâncias. Basta de sermos saco de pancada de cretinos e de homens de fé que, desde o púlpito de suas intolerâncias semianalfabetas, lançam ameaças às nossas vidas. Esse ministro da Educação do Brasil, respaldado pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e pelo Palácio do Planalto, pretendeu ofender e incitar ao ódio, em entrevista a um jornal.

Falou em "homossexualismo", termo banido da nossa língua desde que a OMS retirou a homossexualidade da lista de doenças. Ele pode ter preferido o termo antigo por discordar da OMS e por alimentar um preconceito que, hoje, já é considerado crime. Ou pode ter sido levado por burrice típica de autoridades de países subdesenvolvidos que segregam várias categorias da população (LGBTQ+, negros, mulheres, velhos, indígenas) para garantirem seus privilégios.

Chega de sermos alvo de idiotas perigosos que ainda afirmam que a homossexualidade é uma opção. Isso pretende dizer que temos a culpa de nossa sexualidade ao termos escolhido seguir esse caminho. Mas a sexualidade não é uma opção. E não se trata aqui de repetir a ladainha de alguns militantes que afirmam que ninguém em sã consciência iria preferir ser uma pessoa estigmatizada e perseguida.

A situação é mais radical: o ser humano, e os demais animais, não têm força ou poder para distorcer o imaginário de seus desejos e decidir que amará e que satisfará a libido com pessoa do mesmo sexo. Novamente, esse homem imbecilizado que ocupa o cargo de ministro da Educação (de uma pasta que, no Brasil, existe desde 1930) foi burro por não ter recorrido à palavra “orientação”. E quis arrotar o seu profundo atraso cultural, humano e médico.

Já é hora de gritarmos basta quando pessoas atrasadas ainda afirmam que a homossexualidade surge no seio de famílias desajustadas. Ele se recusa a ver que não somos uma doença. Pode ser que não tenha capacidade intelectual para reconhecer a saúde perfeita do amor que brota na alma LGBTQ+. Mas pode ser que afirme tal descalabro para perpetuar a perseguição e o desprezo de que somos vítimas. O ministrozinho afirma que “respeita, mas não concorda”. Essa arrogância tola e inócua é como discordar da existência de uma montanha ou da vida de um belo leão. Exibir tal discordância serve apenas para dar prazer a ele, mas nunca alterará a ordem da vida e do desejo.

A população LGBTQ+ tem que reaprender a tomar atitudes. Tem que lembrar que os primeiros grupos homossexuais (que lutaram e estabeleceram a relativa aceitação social que existe hoje) nasceram com a ideia e o ideal de uma revolução.

Muitos homossexuais, de mãos dadas com muitos heterossexuais, se assustarão com a palavra revolução que, em suas imaginações burguesas, é coisa de esquerdopata e de comunista. Mas a revolução é, por razão de sua raiz, transformação, é revolver para modificar a ordem. Temos que saber (ou, se soubermos, temos que lembrar) que os primeiros grupos homossexuais surgiram na década de 1970, num Brasil dominado por militares que mantinham uma ditadura assassina, violenta e intolerante. Assim, o que pretendíamos então era modificar a sociedade, redesenhá-la e dar-lhe novas estruturas e esteios. Hoje, no entanto, o que querem os homossexuais? Casar no religioso e entrar na igreja acompanhado pelo pai - o que sempre promove um espetáculo risível.

Quanto ao resto, querem que tudo continue exatamente como sempre foi. São incapazes de sonhar, de acreditar no futuro e de lutar por alterações estruturais. Viverão e morrerão sendo ofendidos por ministros e presidentes e, como nunca sentiram o prazer da dignidade, continuarão sem sentir coisa alguma.

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