Alexandre Ribondi –
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, anda preocupado. Publicou, hoje (22/4), na sua conta do twitter, texto em que avisa que o coronavírus está sendo usado como arma para a implementação do comunismo em todo o mundo - o que ele chama de comunavírus.
Não devemos apenas rir de um ministro que cai voluntariamente no ridículo de ter medo do comunismo, e de dizer que a pandemia é uma "escada para descer até o inferno, cujas portas pareciam bloqueadas dede o colapso da União Soviética".
Não devemos rir do ministro com discurso evangélico-radical-de-periferia porque ele tem razão. E não porque o comunismo esteja usando um vírus para invadir o mundo, mas sim porque a pandemia está mostrando a fraqueza, a ineficiência e a morbidez do capitalismo.
O Estado Mínimo mostrou que não funciona. Para combater a Covid-19, o Estado tem que estar presente em todos os setores da sociedade, se não quiser apadrinhar a morte dos seus cidadãos. A saúde, a segurança pública, a educação não podem se solucionar sozinhas. Agora mais que nunca, não se pode achar que um indivíduo será vitorioso sozinho.
O ministro denuncia o perigo da "solidariedade comunista". Consegue, assim, revelar a gravidade do estado de saúde do capitalismo, que, por desconhecer o valor humano da solidariedade, está à morte vítima do individualismo, da indiferença, do egoísmo e do cinismo.
Sim, senhor ministro, as portas do inferno podem até mesmo estar sendo abertas. Mas não para que o comunismo saia. É para que o capitalismo entre.