"A vida é de quem se atreve a viver".


“É hora de interpelar a sociedade brasileira que ama se apresentar como uma sociedade cristã: em que baú de lembranças permanecem escondidos os princípios fundadores do cristianismo?”.
Para onde nos levará a necropolítica?

O Movimento Nacional em Defesa da Vida (MNDV) divulgou ontem (11/4) uma nota em que busca respostas para essa e uma série de outras perguntas: “Até quando manteremos silêncio sobre tantos crimes?”.

Se esses mortos não passaram sequer pelo portal das estatísticas para indicar a causa mortis, “é hora de interpelar a sociedade brasileira que ama se apresentar como uma sociedade cristã: em que baú de lembranças permanecem escondidos os princípios fundadores do cristianismo?”.

A seguir, a íntegra da nota do MNDV:

“A procissão inumerável dos mortos pela pandemia, terá ressurreição? Se eles não passaram sequer pelo portal das estatísticas para indicar a causa mortis? É hora de interpelar a sociedade brasileira que ama se apresentar como uma sociedade cristã: em que baú de lembranças permanecem escondidos os princípios fundadores do cristianismo? Até quando manteremos silêncio sobre tantos crimes?

Erguemos nossa voz para levantar um Movimento em Defesa da Vida e Contra a Barbárie. E interrogamos: para onde nos levará a necropolítica que nos assombra todos os dias com um novo sobressalto? Uma política a serviço da morte? Nessa travessia pela tormenta do Covid-19 o Estado brasileiro está nos lançando ao mar. Um governo cúmplice do contágio nos condena à escravidão ou à morte.

Seremos crucificados entre a fome e a pandemia?

Somos os pobres, as mães chefes de família, os negros, os condenados da terra. Seguimos durante a quarentena amontoados nos morros, nos mocambos, nas favelas, nos barracos e, agora, contra todos os clamores e advertências, compomos o cortejo sinistro a caminho das valas comuns.

Somos “o povo do abismo”, de que falava Jack London, os que não temos casa para onde retornar no fim da tarde, os que só temos o viaduto. E a fome. Seremos a multidão dos que sequer foram registrados pelas estatísticas? Seremos soterrados pelas cinzas do esquecimento? Os filhos malditos de Malthus? Os descartáveis da nação? Que tipo de nação será construída sobre nossos ossos?

Todos sabemos, o mercado só nos enxerga quando somos as mãos que movem os tornos, as linhas de montagem, os arados nos campos, os pivôs que irrigam os vastos desertos verdes envenenados, o transporte do que se produziu. Quando a pandemia bate à nossa porta, o que nos oferece o governo? A morte como política de Estado.

E quando faltar o alento aos pulmões do país? Como falta hoje à ofegante respiração dos contaminados?

É necessário quebrar as correntes dessa lógica neoliberal criminosa que nos leva ao matadouro. É necessário manter um alento de esperança. Recobrar a humanidade que perdemos e reconhecer na voz de quem nos pede mais oxigênio – o ar que respiramos, o derradeiro bem que ainda permanece gratuito –, a voz de um irmão, ainda que seja a voz de alguém que nunca vimos, ou sobretudo por isso, mas traz consigo o impulso poderoso para nos fazer entender que não há salvação solitária. Ou é solidária, ou não será salvação!”.

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