O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Susep (SindSusep) divulga nota explicativa sobre a entrega dos cargos de confiança dos servidores de carreira.
Essa reação coletiva se deve à nomeação de Ícaro Demarchi Araújo Leite, vinculado a partidos políticos, para o cargo de Diretor de Solvência da Susep, no lugar de Cassio Cabral Kelly, que é funcionário de carreira do órgão. Há quinze anos essa diretoria vinha sendo ocupada por servidor concursado.
“São mais de 200 funcionários indignados com mais uma mudança repentina de rumo da autarquia que, há quase uma década, não possui um direcionamento claro e consistente, alvejada por trocas sucessivas de seus comandantes”, diz a nota.
Eis a íntegra da nota:
“No dia 1° de dezembro os Servidores de carreira da Susep (autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, que fiscaliza reservas de cerca de R$ 1 trilhão dos mercados de seguros, capitalização e previdência - PGBL e VGBL) colocaram seus cargos à disposição, lastreados pelo compromisso dos demais servidores em não assumi-los. Abriram mão de gratificações, projetos e carreira, porque desejam um país melhor.
São mais de 200 servidores indignados com mais uma mudança repentina de rumo da autarquia que, há quase uma década, não possui um direcionamento claro e consistente, alvejada por trocas sucessivas de seus comandantes.
Repentinamente e sem ouvir os apelos do corpo técnico da autarquia, o governo decidiu exonerar o único servidor de carreira de sua Diretoria, embora em seus quadros haja, inclusive, inúmeros PhDs, Mestres ou pós-graduados.
Após a contínua permanência, por mais de 15 anos, de pelo menos um diretor de carreira no Conselho Diretor, inaugura-se um vácuo de representação da casa, o que agrava o receio de que a autarquia se torne mais um entre os tantos órgãos que não cumprem seu papel no Estado. Um órgão em que o interesse público não prevaleça. Sem a presença de um Diretor dos quadros da Casa, a Alta Administração da SUSEP perde seu compromisso com o longo prazo.
Há um profundo sentimento de desrespeito que já não cabe dentro de cada Servidor, análogo ao processo de expulsão, expurgo de quem foi punido por apenas-e-tão-somente fazer a coisa certa. Não se trata de motim, de revolta ou de insurreição.
Trata-se da autoestima, do respeito a si e à instituição e, fundamentalmente, da submissão aos conceitos mais nobres da função pública: servir ao povo."