"A vida é de quem se atreve a viver".


Francisco Leite Filho, neste livro, traça breve perfil da líder peronista Cristina Kirchner refazendo as peripécias da complexa política da Argentina, marcada pela dramática derrota do presidente conservador Maurício Macri nas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO).
Lançamento do livro: “Argentina Sacudida – Cristina Kirchner”

Noite de autógrafos no lançamento do livro Argentina Sacudida - Cristina Kirchner, de Francisco Leite Filho, na próxima terça-feira, 10/9, a partir das 19h, no restaurante Carpe Diem, Brasília (104 Sul).

Neste breve perfil da líder peronista Cristina Kirchner, publicado pela Editora OKA, em papel e e-book, o autor refaz as peripécias da complexa política da Argentina, marcada pela dramática derrota do presidente conservador Maurício Macri, nas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO).

Quando tudo levava a crer no fortalecimento da direita, principalmente depois da vitória de Jair Bolsonaro, em 2018, no Brasil, de repente, ocorre esta explosão eleitoral, de efeito (ou contágio) direto, tanto em termos nacionais, como em toda a América Latina. Neste insight de 34 capítulos, condensados em 240 páginas, FC Leite Filho, jornalista e youtuber, refaz o penoso esforço de Cristina Kirchner em reunir os cacos do peronismo (agora aparentemente unificado), em que teria atuado o próprio Papa Francisco. O livro dedica-se ainda nos três agitados períodos kirchneristas na Casa Rosada (2003-2015).

As PASO ocorreram num momento em que quase todos os ministros da ex-presidente, antecessora de Macri, estavam presos por pressão do governo (através de denúncias de corrupção, nem sempre transparentes), tendo então de votar na cadeia. Ela mesma só tinha se safado por causa do mandato de senadora. Mas, ali, já havia reconciliado a ala sindicalista de seu movimento, que lhe impingira cinco greves gerais e uma miríade de distúrbios e saques, que teriam derrubado qualquer governo, não fosse a mano dura da jefa. Daí para conquistar a ala conservadora e mesmo direitista, como a integrada por governadores e caciques interioranos, foi um salto.

Aqui, reside toda a peculiaridade do peronismo, que o autor tenta explicar em Argentina Sacudida: "Trata-se de um movimento multiforme, que extrapola o âmbito partidário, e de atuação direta no que os argentinos chamam territorialidade - inserção nos bairros, campo, fábricas, serviço público, redes sociais e sindicatos altamente equipados".

Mas o que leva essa irrequieta corrente política a rebelar-se contra seu próprio governo, e, como foi no caso de Maurício Macri, ter parcelas importantes apoiando a candidatura adversária, em 2015? 

Este é outro desafio a que se propõe FC Leite Filho, ao traçar as origens do personagem a partir de La Plata, a 60 quilômetros de Buenos Aires (e não seu domicílio eleitoral, que é Santa Cruz, quase no fim da Patagônia).

Cristina Fernández de Kirchner, este seu nome político, conheceu o marido e antecessor, o ex-presidente pinguim Néstor Kirchner (2003-2008), na Universidad de La Plata, moderna cidade do mesmo nome. Lá, eles formaram uma duo político, que, tendo de fugir para Santa Cruz, a terra de Néstor, para se esconder da polícia, primeiro foram ganhar dinheiro e depois, quando o horizonte desanuviou-se, formaram uma base política local, nos moldes ainda bem conservadores.

Em seguida, Cristina que já então havia ajudado o marido a eleger-se governador da província, foi eleita senadora, projetando-se no plano nacional com um combate ferrenho ao governo nacional de Carlos Menem, aliás, um peronista, só que de direita, e a defesa de um modelo de desenvolvimento, com inclusão e soberania.

O autor vai encontrar Cristina, nos seus 18 anos de idade, em La Plata, formando grupos de estudo e núcleos peronistas, num ambiente irrespirável, onde viu muitos companheiros serem sequestrados e depois assasinados. Seu pai, Eduardo Fernández, assustou-se e queria mandá-la para o exterior, mas, como já estava casada, ela achou melhor recolher os flaps, indo embora com o marido para a terra dele. Mas, antes, faria seu debut de fogo, comparecendo, com outros dois milhões de pessoas, em 20 de junho de 1973, ao tumultuado e sangrento retorno de Perón a Buenos Aires, depois de 18 anos de exílio.

No aeroporto de Ezeiza, presenciou, sem se chamuscar, a tragédia do conflito armado entre militantes de esquerda e de direita, que resultou na morte de quase 300 pessoas e acabou desviando o voo de Perón, que vinha da Espanha, para uma base militar.

Francisco C. Leite Filho também escreveu Brizola Tinha Razão, (1987), El Caudillo Leoneo Brizola (2008) e Quem tem medo de Hugo Chávez? (2012).

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