Sob o lema “nem todos os economistas se rendem”, será lançada em Brasília, no próximo dia 7/5, terça-feira, às 10h, no salão nobre da Câmara dos Deputados, a Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia (Abed).
A entidade sustenta que o “pensamento único” será superado, e que o papel da profissão “é pensar caminhos para garantir bem-estar, igualdade e projetos que resgatem país do atraso e dependência”.
Segundo o economista Paulo Kliass, “dia sim, outro também, os grandes meios de comunicação oferecem alguma manchete para seus leitores afirmando que “os economistas” pensam isso ou propõem aquilo. Nossos jornalões e as redes de televisão não se cansam de se apoiar na suposta narrativa técnica, neutra e isentona dessa entidade inatingível chamada de “os economistas” para oferecer suporte para medidas de política econômica de inspiração conservadora. Em geral, diga-se de passagem, trata-se de decisões a respeito das quais a maioria do povo nem imagina a natureza e muito menos as consequências”.
Segundos esses economistas pela democracia, “Paulo Guedes pode até ser economista de formação e de profissão. Ele foi até transformado no todo-poderoso comandante do Superministério da Economia. Mas é preciso que se diga que ele não foi autorizado por ninguém a se expressar em nome dos economistas. Que fale em nome de seus patrões do financismo. E os grandes meios de comunicação deveriam ter a obrigação de dar voz ao outro lado. Sim, pois há muito mais vozes dissonantes no campo dos economistas do que os espaços minguados que as editorias dos jornalões, às vezes, nos oferecem como se fossem uma esmola – um ato de caridade e misericórdia”.
Inspirado no exemplo dos juristas, dos jornalistas e outras categorias, os economistas pela democracia têm uma Carta de Princípios que chama atenção para aspectos essenciais:
1 - reafirmação do papel histórico dos economistas brasileiros no processo de desenvolvimento nacional;
2 - questionamento do processo de desenvolvimento desigual entre os países, aprofundado sob a égide da ideologia neoliberal nesse momento de marcada globalização financeira e intensa concentração de renda, riqueza e poder;
3 - combate às profundas desigualdades presentes no país, de matizes sociais e regionais, realimentadas diuturnamente tanto por um pensamento e um sistema econômico excludente;
4 - defesa da manutenção do espírito originário dos Constituintes de 1988 que, enfrentando nossa histórica desigualdade, construíram um robusto sistema de proteção social;
5 - luta incessante a favor da estabilidade das instituições democráticas nacionais;
6 - integração às lutas contra o fascismo e o neoliberalismo em âmbito nacional e internacional; entre tantos outros.
A organização
Segundo Adroaldo Quintela, coordenador de organização da Abed, a associação, desde 31 de março, funciona com seis coletivos regionais - Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe.
“Em meados de janeiro organizamos o primeiro Coletivo Internacional da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia – Abed - constituído por economistas que estudam ou trabalham nos Estados Unidos, Espanha, França e Portugal, com potencial de crescimento e articulação técnica e política além das nossas fronteiras”, diz Adroaldo.
Adroaldo disse ainda que a entidade já tem mais de 500 associados no Brasil e no exterior. “As adesões não param de crescer e são referenciadas pela adesão à Carta de Princípios. Existem colegas integrados ao Movimento em 22 unidades da federação brasileira. Recentemente foram instituídos os coletivos de Alagoas, Amazonas, Pará, Pernambuco e Paraná. Existem conversações com economistas do Ceará, Goiás, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul e de economistas radicados na Argentina, Chile, Roma e Uruguai. A perspectiva é possuirmos 17 Coletivos Regionais e 2 Coletivos Internacionais até 15/07/2019, além de iniciarmos o processo de interiorização da ABED, mediante a constituição de *coletivos municipais* nas maiores unidades da federação, em linha com a proposta de Estatutos da ABED cuja análise ocorrerá até meados de maio de 2019”, informa o coordenador.
Em virtude do avanço do processo de organização e da necessidade urgente de adotar um posicionamento coletivo com relação à Emenda Constitucional 06/2019, “que dispõe sobre a injusta e iníqua Reforma da Previdência do atual governo, a Comissão Nacional Provisória da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia antecipou o lançamento nacional da Abed o dia 7/5”.
A Abed deve realizar um Seminário Internacional de Política Econômica e o I Encontro Nacional da entidade na última semana de julho deste ano.
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Serviço:
Associação Brasileira dos Economistas pela Democracia (Abed)
Terça-feira, 7/5, 10h, em Brasília
(no salão nobre da Câmara dos Deputados)
Entrada livre – para participar da entidade, escreva: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.