"A vida é de quem se atreve a viver".


Zé Nobre era um apaixonado pela arte popular
Morre, aos 63 anos, o artista plástico Zé Nobre

O artista plástico brasiliense Zé Nobre faleceu na noite de ontem  (24/11) no Hospital Santa Helena vitima de problemas cardíacos. O sepultamento está marcada para esta segunda-feira (26) no Cemitério Campo da Esperança, às 11h.

Zé Nobre, nascido José de Almeida Nobre Faria, chegou cedo a Brasília, em 1956, vindo de Salvador junto com a família. Muito antes de se tornar bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília, Zé Nobre investiu nos estudos em parte como aluno da 308 Sul, aprofundando o interesse artístico pela frequência com que ia para espetáculos da Escola Parque.

Zé Nobre gostava de ser da primeira geração de Brasília, tendo a cidade declarada como "musa e inspiração". Uma das séries pelas quais teve o trabalho muito valorizado se encerra em cartazes feitos para muitas edições da Feira de Troca de Olhos D´Água (foto abaixo) Com ampla motivação pela defesa da arte popular nordestina, Zé Nobre teve intensa atividade como agente cultural integrado ao Concerto Cabeças, ao lado de figuras como Renato Matos e Jaime Ernest Dias. Produziu cartazes para o evento, além de ter investido na criação de capas de discos.

Era autor de gravuras, desenhos e pinturas, tendo se tornado videasta, a fim de gravar shows musicais de amigos. Entre os parceiros estavam Sóter, Beirão e Sérgio Duboc. Além de catálogos, o arrojado artista gráfico respondeu pela fundação da Editora Da Anta Casa e ainda dirigiu a facção artística de obras de cinema e de palco, especialmente shows de música. No teatro, para o mímico Miquéias Paz, Zé Nobre concebeu cenários.

No Facebook, no Twitter, no WhatsApp, os artistas de Brasília, amigos, parentes, todos lamentam a morte prematura do artista.

Nota de pesar

A Secretaria de Cultura do Distrito Federal distribuiu nota de pesar. Segundo o secretário Guilherme Reis, Zé Nobre contribuiu "desafiar a pecha negativa da capital como uma cidade "sem esquinas" ou que "não tem vida cultural". Segundo o próprio artista: "Tudo que ouvíamos a respeito da cidade eram opiniões de pessoas que não a conheciam ou não a vivenciavam plenamente. Fomos os primeiros a comentar poeticamente a cidade onde crescemos. Para nós, Brasília era musa, inspiração e assunto”.

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