"A vida é de quem se atreve a viver".


Cena de “Amor Plástico e Barulho”, de Renata Pinheiro. O filme conta a história de Shelly, uma jovem dançarina que sonha em se tornar cantora.
Cineclube apresenta filmes de mulheres com o tema Corpos e Poderes

Nesta quinta-feira (2/8), às 19h, no Cine Cleo (Faculdade de Artes Dulcina de Moraes – SDS), três filmes: “A Boneca e o Silêncio”, de Carol Rodrigues; “O Mais Barulhento Silêncio”, de Marcela Moreno e “Amor Plástico e Barulho”, de Renata Pinheiro.

Todos tratam da temática Corpos e Poderes. Numa sociedade patriarcal, o corpo da mulher nunca é domínio dela mesma, ora ela pertence ao Estado, ora ao marido, ora aos filhos.

“O corpo da mulher, por vezes, é considerado espaço público. Isto parte do princípio de que a mulher não tem a capacidade de fazer escolhas sobre o próprio corpo”, destaca a curadora Glênis Cardoso.

E é sobre este tema, de importante interesse social e de gênero, que a sessão Corpos e Poderes vai discutir o abuso sexual, o aborto clandestino, a sexualização e a objetificação.

“Não por acaso, dois dos filmes carregam nos títulos a palavra silêncio. É uma referência à solidão e ao isolamento da mulher impedida de se ver dona do próprio corpo. O terceiro tem no título a palavra barulho, colocando na música um lugar de enfrentamento, mas também de encontro”, explica Glênis.

Criado em outubro de 2017, o Cine Cleo é um cineclube brasiliense que foi fundado por atrizes, diretoras, pesquisadoras, produtoras e técnicas na área audiovisual. Mulheres que debatem junto ao público, sempre quinzenalmente às quintas-feiras, temas de interesse social e de gênero.

Mulheres atrás e à frente das telonas

Após debater temas como Velhice e Seus Afetos, Espelhamento, Mulheres Que Amam Mulheres, dentre outros assuntos de interesse social e de gênero, agora será a vez de trazer filmes que tratam do corpo das mulheres.

A 17ª sessão do cineclube chega com produções como Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro. O filme conta a história de Shelly, uma jovem dançarina que sonha em se tornar cantora. Paralelamente está Jaqueline, uma experiente cantora que já emplacou alguns sucessos, mas que acaba por ver sua carreira desabar. Shelly e Jaqueline tornam-se então companheiras de uma mesma banda de música brega. Inseridas em um show business e em programas de TV locais onde tudo é descartável – como sucesso, amor e relações humanas- , elas parecem formar uma única trajetória de vida. Shelly é o possível passado de Jaqueline que, por sua vez, é o provável futuro de Shelly.

Outro destaque da sessão, O Mais Barulhento Silêncio, de Marcela Moreno, é composto por relatos de mulheres que foram estupradas por parceiros íntimos. Em um cenário alegórico, elas compartilham suas memórias mais íntimas e dolorosas e refletem sobre o que é ser mulher neste mundo.

Já A Boneca e o Silêncio, de Carol Rodrigues, reflete e vida de Marcela, uma jovem de 14 anos que decide interromper uma gravidez indesejada.

Ao final da sessão, haverá um debate conduzido pelas curadoras do Cine Cleo.

Serviço:
Cine Cleo (Cineclube das mulheres)
Dia 2 de agosto (quinta-feira), às 19h.
Em cartaz até agosto de 2018, quinzenalmente, sempre às quintas, 19h.
Local: Na Faculdade Dulcina de Moraes - Conic (SDS)
Não recomendado para menores de 16 anos
Entrada franca.

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