Exposição de fotografias de Olivier Boëls trazem riqueza cultural dos índios do Xingu para Brasília. No Museu Nacional da República, Esplanada dos Ministérios, de 19/4 (Dia do Índio) a 20/5. Entrada franca.
O fotógrafo francês Olivier Boëls conviveu ao longo de mais de cinco anos com a comunidade indígena Yawalapiti - uma das 16 etnias que vivem no Xingu – e, durante esse tempo, reproduziu em imagens a beleza cotidiana da aldeia.
O acervo, que estará exposto no Museu Nacional da República no período de 19 de abril, Dia do Índio, a 20 de maio de 2018, permitirá que o público sinta o que é viver no Parque Indígena do Xingu e interaja com a riqueza de uma cultura ancestral.
A exposição YAWALAPITI – ENTRE TEMPOS coloca os membros da aldeia como protagonistas e narradores da própria história. Eles se encarregam da confecção de legendas e textos explicativos para as fotografias de Olivier Boëls. Os escritos são apresentados na língua yawalapiti, português e inglês.
Durante o período em que a mostra estiver em cartaz, cem integrantes da comunidade Yawalapiti se revezarão para fazer todo o trabalho de mediação com o público. Eles conversarão com os visitantes, farão apresentações de cantos e danças, lutas tradicionais, pintura corporal, confecção de arte, projeções mapeadas com vídeos confeccionados por integrantes da própria comunidade na cúpula do Museu.
A mostra é uma realização de Olivier Boëls e da Associação Yawalapiti Awapá, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), do Distrito Federal, e apoio do Museu Nacional da República. Além disso, há parceria com o Instituto Oca do Sol, BR22, Canson, WWF e ISA – Instituto Sócioambiental. Conta também com o apoio da Molduras & Cia Aleixo, Ashram Photo, Etnofoco, InovaPhotoArt, Cerrado MMA e Comunica Consultoria e Planejamento.
PROGRAMAÇÃO:
19 de abril – das 19h às 22h: abertura e apresentação de flauta sagrada
21 de abril (Aniversário de Brasília) – das 17h às 23h: projeção mapeada na cúpula no Museu e apresentação de dança.
22 de abril – das 17h às 19h: apresentação da luta xinguana Huka Huka
24 de abril – das 19h30 às 21h30: bate-papo com os caciques Aritana, Makawana e Waripira, no Auditório do Museu.
Números:
100 – integrantes da comunidade farão mediação com o público
16 – etnias vivem no Xingu
305 – etnias vivem no Brasil
274 – línguas diferentes faladas pelas etnias que vivem no Brasil
Agendamento de grupos: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
OS ÍNDIOS YAWALAPITI
A aldeia Yawalapiti fica no Parque Indígena do Xingu, criado em 1961, com 27 mil quilômetros quadrados, situado no norte do estado de Mato Grosso, numa região entre o Planalto Central e a Floresta Amazônica. É cortado pelo rio Xingu e seus afluentes. Mas, como a delimitação da área deixou de fora as nascentes dos rios e o Parque está rodeado de grandes fazendas de soja e gado, o local corre perigo de extinção.
A comunidade Yawalipiti, situada no Alto Xingu, segue o padrão das aldeias xinguanas. Seus integrantes vivem em grandes casas coletivas, dispostas em formato circular, com uma grande praça central. “No centro da aldeia tem a casa dos homens e possui duas formas de construir: aberta sem parede e fechado no formato de casa tradicional. Nessa casa se realiza conversas sobre a definição de realização de ritual, tocar a flauta sagrada Jakuí, o trabalho coletivo e solucionar problemas sociais. Nesta casa, não é admitido a entrada das mulheres quando a flauta sagrada estiver dentro dela. Para as mulheres ingressarem, a flauta precisa ser guardada na casa do dono”, explica Tapi Yawalapiti.
Atualmente vivem no Brasil 305 etnias, falando 274 línguas diferentes. Cada povo tem seu saber, sua cultura, ciência, arte, literatura, poesia, música e religião. No entanto, uma visão discriminatória pauta a relação entre índios e não índios no Brasil, rejeitando uma das maiores riquezas culturais do país.
O FOTÓGRAFO OLIVIER BOËLS
Olivier é fascinado com as riquezas culturais, principalmente tradicionais, há mais de 15 anos, usa sua sensibilidade fotográfica para promover uma ponte entre dois universos. Seu objetivo é estimular a empatia por culturas desconhecidas ou mal compreendidas.
Segundo o fotógrafo, o desconhecimento é o principal motivo da discriminação e a fotografia tem o poder de trazer informação e incentivar a empatia, de forma simples e eficiente.
Autor, diretor e curador, Olivier Boëls é detentor do mais prestigiado prêmio da fotografia mundial, o World Press Photo, uma espécie de Oscar da Fotografia.
Olivier conquistou a premiação em 2000, concorrendo com alguns dos mais famosos fotógrafos do mundo, como James Natchwey, Antony Kratochvil, John Stanmeyer e Sebastião Salgado.
Foi ainda um dos dez finalistas do prêmio internacional promovido pelo Instituto Smithsonian, dos Estados Unidos, em 2011 e 2013; recebeu o prêmio Memorial Maria Luísa 2011, na Espanha; o 1º FOTO ARTE, em Brasília/2004, e o prêmio Pierre Verger 2002, da Associação Brasileira de Antropologia.
Olivier Boëls já participou de mais de 45 exposições fotográficas pelo mundo afora, em lugares de renome, como Harbourfront Center, em Toronto/Canadá, India Habitat Centre, em Nova Delhi/Índia, Musée Du Quai Branly, em Paris/França, Museu Nacional da Coreia do Sul, Centro Cultural Banco do Brasil (SP, RJ e DF), Caixa (DF, SP, BA), dentre vários outros. Seu trabalho é reconhecido nacional e internacionalmente.
Desde 2006, fotos de Olivier Boëls fazem parte de acervos permanentes das galerias do Zone Zero, um dos sites de fotografias mais visitados do mundo, com 5,5 milhões de entradas por ano.
Serviço:
Exposição: YAWALAPITI – ENTRE TEMPOS
De 19 de abril a 20 de maio de 2018 - De terça a domingo, das 9h às 18h30.
Local: Museu Nacional do Conjunto Cultural da República – Esplanada dos Ministérios, Brasília / DF.
Entrada Franca. Classificação indicativa livre.