Com obras de Richard Wagner, Eric Wolfgang Korngold e Jean Sibelius no programa, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro se apresenta amanhã, terça-feira (21/11), às 20h, no Cine Brasília.
A regência será do maestro alemão Matthias Manasi, com a participação da violinista russa Olga Pak, como solista.
Os Mestres Cantores de Nuremberg é uma das últimas óperas de Wagner (1862/1867).
Os Mestres Cantores constituíam associações de poetas e músicos amadores que floresceram nas cidades alemãs nos séculos XIV a XVI.
Provenientes da classe média, os Mestres Cantores promoviam festivais de canções e transmitiam seu conhecimento de geração a geração.
O poeta-sapateiro Hans Sachs, um dos personagens principais da ópera, é um Mestre Cantor que realmente existiu no século XVI e uma das figuras mais amadas da literatura alemã.
A ação da ópera se passa no século XVI. Eva, filha do rico Veit Pogner, é prometida em casamento ao vencedor do concurso de canções. Eva e Walther von Stolzing estão apaixonados, mas ele ignora a arte dos Mestres Cantores.
O frio e calculista Beckmesser, que também deseja casar-se com Eva, não mede esforços para destruir seu rival. Hans Sachs surge para ajudar Walther que, no final, vence o concurso e conquista a mão de sua amada.
Embora os primeiros esboços da ópera sejam de 1845, Wagner só iniciou a confecção do libreto em 1861. No ano seguinte deu início à composição da música, que só seria finalizada em 1867, quando o compositor contava 54 anos de idade. A primeira apresentação da ópera completa deu-se no Teatro Nacional de Munique, em 1868, sob a regência de Hans von Bülow.
Concerto para Violino em Ré Maior, OP. 35 - Erich Wolfgang Korngold
Filho do crítico musical Julius Korngold, sucessor de Eduard Hanslick na Neue Freie Presse, o austríaco Erich Korngold já era notável na Europa quando partiu para Hollywood em 1934. Criança ainda, impressionara Richard Strauss, Puccini, Sibelius, Bruno Walter, Nikisch e outros grandes músicos da época. Korngold tinha quatorze anos quando escreveu a Schauspiel Ouverture, sua primeira obra orquestral.
No ano de 1913, em Viena, Erich Korngold é aclamado internacionalmente pela ópera Die Tote Stadt, tornando-se reconhecido operista aos vinte e três anos. No final dos anos 1920, já lecionava composição e ópera na Academia Estatal de Música de Viena.
Em Hollywood, para onde foi convidado por Max Reinhardt, que precisava adaptar Mendelssohn para o filme "Sonho de uma Noite de Verão", passa a desenvolver um gênero próprio – a composição sinfônica cinematográfica – que o tornaria reconhecido como um dos fundadores da música para cinema.
O Concerto para violino em Ré maior, iniciado em 1937 foi revisado em 1945 e sua estreia se deu com a Saint Louis Symphony Orchestra, sob a batuta de Vladimir Golschmann, em 1947.
No Moderato nobile, o violino apresenta um tema do filme Outra Aurora (1937), o segundo tema vem de Juarez (1939), Adversidades fornece a melodia da romanze.
O Finale, um virtuosístico Allegro assai vivace, leva dos staccati do primeiro tema aos legati da melodia inspirada em O príncipe e o mendigo (1937).
Composto “mais para um Caruso que para um Paganini” e impregnado de melodias de cinema, o Concerto para violino em Ré maior tipifica a ópera sem canto de Erich Korngold.
Sinfonia Nº 1 em Mi Menor Op. 39 - Jean Sibelius
Jean Sibelius estudou, desde cedo, piano, violino e composição. Aos 24 anos, ao perceber que não possuía o conhecimento técnico suficiente para se tornar um violinista de renome, nem o temperamento para suportar uma carreira de concertista, resolveu concentrar-se na composição.
Sua Primeira Sinfonia começou a ser composta em abril de 1898. Enquanto trabalhava nela, o czar Nicolau II expediu o “Manifesto de fevereiro de 1899”, restringindo a autonomia de todas as nações do Império Russo, incluindo a Finlândia.
Indignado, Sibelius compôs uma canção de protesto, intitulada Canção dos Atenienses. A Sinfonia nº 1 e a Canção dos Atenienses estrearam no mesmo concerto, em Helsinque, no dia 26 de abril de 1899, pela Sociedade Filarmônica de Helsinque, sob a regência do compositor.Nascia um herói nacional.
Sobre o maestro Mathias Manasi
Mathias Manasi, 47 anos, é um maestro sinfônico e de ópera conhecido internacionalmente. Atualmente atua como Diretor Musical da Nickel City Opera em Buffalo, EUA.
De 2010 a 2013 ele foi o Maestro Principal da Orquestra Camerata Italiana em Nápoles. Depois de um bem-sucedido período como Diretor Musical do Internatoinal Punta Classic Festival em Montevidéu, de 2013 a 2016 trabalhou como Primeiro Maestro na Ópera Estadual de Breslau, onde foi responsável pela produção de óperas como Eugen Onegin, Frau ohne Schatten, Der Rosenkavalier, Paradise Lost, Straszny Dwór, Samson et Dalila, Parsifal e Carmen entre outras.
Matthias Manasi também é reconhecido como pianista, se apresentando em recitais e música de câmara na Europa, Estados Unidos e América do Sul. Estudou piano, regência, composição e música de câmara na Universidade de Música de Stuttgart e na Universidade de Música de Karlsruhe.
Se formou em 1995 em Piano na Universidade de Música de Karlsruhe e em 1996 em Regência na Universidade de Música de Stuttgart. Participou de inúmeras master classes com maestros renomados, como Gianluigi Gelmetti, Jorma Panula e Kurt Masur. Após finalizar os estudos trabalhou como assistente de Manfred Honeck, Miguel Gómez Martínez (Münchner Rundfunkorchester) e Hillary Griffith.
Sobre a solista Olga Pak (violinista)
Nasceu em 1983 em Novosibirsk, Rússia, de pais coreanos. Seu talento extraordinário foi descoberto aos seis anos de idade e ela começou os estudos de violino na "Novosibirsk Specialized Music School".
Aos 17 anos ganhou a competição de jovens violinistas na Rússia, além de outros prêmios internacionais. Estudou no Conservatório de Música de Versalhes e na Universidade das Artes em Berlim. Teve sua aclamada estreia como solista na Orquestra Filarmônica de Berlim em dezembro de 2006 e desde então tem feito diversas turnês pela Europa, Ásia e América do Norte.
Um dos destaques de sua carreira foi o concerto ao ar livre ao final do Campeonato Mundial de Atletismo de 2009, em Berlim, onde tocou com Nigel Kennedy em frente ao Portão de Brandemburgo. Desde 2011, tem dedicado seu talento à posição de concertista/mestre de concerto do Berliner Camerata e do Festival de Páscoa de Música Clássica de Zurique/Berlim.
SERVIÇO:
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro
Concerto Internacional
21 de novembro, terça-feira
Cine Brasília (106/107 sul)
Hora: 20h
Entrada gratuita por ordem de chegada