De 14 a 17 de setembro de 2017, no Cine Pireneus, Pirenópolis (GO). Festival celebra cozinha de refugiados e imigrantes. Entrada franca.Exibição de 20 títulos de diferentes países, oficinas e degustações.
Quem se interessa por produção cinematográfica, gastronomia, sustentabilidade e cultura local já sabe: setembro é tempo de Slow Filme, único festival dessa natureza no Brasil, que alia a exibição de filmes inéditos (em grande parte apresentados em festivais de prestígio como San Sebastián e Berlinale) à reflexão de temas contemporâneos urgentes.
Este ano, o 8º Slow Filme – Festival Internacional de Cinema, Alimentação e Cultura Local terá exibição de 20 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens de ficção, animação e documentários. O festival é uma parceria das embaixadas da Espanha, França, Turquia, Argentina, Alemanha, Itália e Austrália.
A programação vai se concentrar no tema das diásporas contemporâneas. Desde o primeiro título a ser projetado – Walachai – até os episódios da série The Perennial Plates e o longa-metragem de produção espanhola The Turkish Way, o festival quer reforçar a importância do respeito à diversidade, afirmar a relevância da cultura para a formação da identidade dos povos, ressaltar o conhecimento como ferramenta essencial para uma compreensão maior da complexidade do mundo.
Também haverá palestras, oficinas e degustações com especialistas, realizadores e chefs. Serão exibidos títulos que revelam como a intolerância separa e como a comida é capaz de unir os povos. A curadoria é do cineasta e crítico Sérgio Moriconi.
CONVIDADOS
REJANE ZILLES – Cineasta, atriz e produtora.É formada em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/UNIRIO e atua em teatro, cinema e televisão. Dirigiu e produziu o curta-metragem O Livro de Walachai e estreou como diretora de longa-metragem no documentário WALACHAI. Coordenou importantes projetos de exibição pelo país, foi curadora da Muestra de Cine BrasilNoar – em Barcelona e integrou a Comissão de Seleção de vários festivais de cinema no Brasil.
rejane é diretora e curadora do Festival MIMO de Cinema - que se realiza em Olinda, Paraty, Rio de janeiro e em Amarante/Portugal. Assina a direção e produção do DVD Jards Macalé Ao Vivo – lançado pela Som Livre. É diretora do documentário SCHOLLES – Sementes da Cor, que acaba de ser finalizado e inicia sua carreira por festivais.
YASMIN E AMMAR NABOUT – Nascido na Síria, onde era proprietário de uma loja de roupa na capital, Damasco, o casal veio para o Brasil fugindo da guerra em seu país, refugiando-se em Brasília, com seus três filhos. Há dois anos, Yasmin e Ammar abriram o restaurante Damascus (413 sul), especializado em cozinha árabe, do qual tiram o sustento da família e alimentam a esperança de dias melhores.
O restaurante é conhecido por delícias como falafel, esfirras e quibes. Yasmin e Ammar vão conversar com a plateia do SLOW FILME, participar de oficina na UEG e oferecer degustação de seu famoso homus.
FATOU ABOUA – Natural da Costa do Marfim, de uma família de 10 filhos, desde que perdeu os pais na adolescência vem tendo na comida uma fonte de renda – vendia doces e salgados no recreio da escola. Quando seu país passou a viver uma guerra étnica muito violenta, na qual ela perdeu vários parentes e amigos, mudou-se com o marido para o Brasil, buscando segurança e uma vida melhor. Mais uma vez, a cozinha lhe oferece um novo meio de sustento.
Fatou conversará com a plateia do SLOW FILME, participará de oficina na UEG e oferecerá para degustação seu famoso bolinho de fubá com iogurte natural.
MARIA CONCEIÇÃO OLIVEIRA - Integrante do Projeto Comida de (I)migrante, criado em São Paulo (sob idealização de membros do Convívio Como Como do Slow Food SP) e voltado para o reconhecimento e conexão da comida com cozinheiros(as) que chegam à cidade vindos de todas as partes do mundo.
Maria Conceição é bacharel em Gastronomia, atua como cozinheira e pesquisadora da cozinha negra e afro-brasileira. Ministra oficinas em quilombos como mediadora e busca recuperar receitas que atuam na reafirmação da memória de seus antepassados, recuperação da autoestima e fortalecimento do protagonismo às diásporas negras na cozinha.
PROGRAMAÇÃO
QUINTA, 14 DE SETEMBRO
Abertura oficial - 19h – Walachai (85min)Sessão seguida de conversa com a diretora Rejane Zilles. Após a exibição, brinde com a cerveja Santa Dica, produzida artesanalmente em Pirenópolis.
SEXTA, 15 DE SETEMBRO
15h30 – Dois tomates e dois destinos (10min) + A horta do meu avô (76min)17h – Tudo sobre o assado (90min)19h – Faça homus, não faça guerra (77min)Sessão seguida de conversa com Maria Conceição Oliveira (representante do projeto Comida de (I)migrante, de São Paulo) e com os cozinheiros Fatou Aboua (Costa do Marfim) e Yasmin e Ammar Nabout (Síria).Degustação de homus e bolinhos de fubá com iogurte natural, feitos especialmente durante oficina ministrada por Fatou e o casal Nabout, na UEG.
SÁBADO, 16 DE SETEMBRO
14h45 – Vovó com recheio (10min) + Quando a Itália comia em branco e preto (20min)15h15 – Senhor Maionese (95min)17h30 – Sagardoa Bidegile – Histórias de Sidra (65min)Sessão seguida de degustação de sidras bascas19h – Pelos Caminhos da Turquia (120min)Sessão seguida de degustação de quitutes turcos, gentilmente cedidos pela Embaixada da Turquia.
DOMINGO, 17 DE SETEMBRO
15h – Em busca de sentido – O filme (87min)17h – Café um dedo de prosa (72min)18h30 – O Prato Perene/The Perennial Plate – exibição dos curtas Uma história de massa, Faces da Turquia, Os fornos de Cappoquin, Santuário animal e Pequeno Rabanete (40min)
SERVIÇO:
Local: Cine Pireneus – Rua Direita, Pirenópolis (GO)
Data: 14 a 17 de setembro de 2017
Entrada franca.