Novo documentário de Vladimir Carvalho, estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 3 de novembro, em quatro capitais: Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba. Em Brasília, o filme entra em cartaz no Itaú CasaPark.
O filme participou da seleção oficial do Festival Internacional de Documentário - É Tudo Verdade 2016 e recebeu os prêmios de melhor direção e melhor roteiro na Mostra Brasília do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2016.
O primeiro contato de Vladimir com a obra e a figura de Cícero Dias foi através do pai, que era iniciado nas artes, desenhava, esculpia e sabia tudo sobre o pintor pernambucano.
Em 2005, numa viajem a Paris realizada dentro das celebrações do ano Brasil França, Vladimir soube da retrospectiva do pintor, que acontecia na capital francesa e, com uma câmera emprestada, filmou a exposição.
Em contato com a viúva e a filha de Cícero Dias, teve acesso ao material de arquivo e ao atelier do pintor e ali decidiu realizar um documentário sobre o modernista.
De volta ao Brasil, Vladimir lançou dois longas e só retornou ao projeto em 2014, que foi filmado em Paris, Pernambuco – Jundiá e Recife, Curitiba e Rio de Janeiro.
CÍCERO DIAS - Pintor pernambucano ligado aos modernistas, Cícero Dias (1907-2003) radicou-se em Paris a partir de 1937, fugindo da perseguição política do Estado Novo.
Apesar da distância do país natal, ele nunca perdeu de vista as cores e os sons de sua infância, na casa de Jundiá, mesclando essas raízes com a convivência com nomes de ponta das vanguardas europeias, como Pablo Picasso, Fernand Léger e Juan Miró.
Dessa troca de influências, nasceu um pintor de repercussão internacional, que transformou toda a sua vivência, inclusive sua reclusão durante a Segunda Guerra Mundial, na base de uma arte que atravessa fronteiras.
VLADIMIR CARVALHO - Em Brasília desde os anos de 1970, depois de longa atividade no Rio de Janeiro, onde foi colaborador de Eduardo Coutinho, Arnaldo Jabor e Geraldo Sarno. Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal da Paraíba (foto: José Varela).
Professor Emérito da Universidade de Brasília (UnB), teve participação direta na formação do movimento cinematográfico da cidade.
Seu primeiro longa-metragem, O País de São Saruê (1971), permaneceu nove longos anos interditado pela censura e só liberado no período da anistia e da redemocratização do país.
É autor ainda de O Evangelho segundo Teotônio, Conterrâneos Velhos de Guerra, Barra 68- sem perder a ternura, O engenho de Zé Lins, Rock Brasília , entre outros. Quase todos os seus filmes foram alvo de prêmios e distinções, sendo detentor de três Margaridas de Prata, outorgadas pela CNBB aos filmes Pedra da Riqueza e O Evangelho Segundo Teotônio e Conterrâneos Velhos de Guerra.
FICHA TÉCNICA:
Título: Cícero Dias, o compadre de Picasso
Brasil, 2016, 79 min, cor
Direção: Roteiro, Pesquisa: Vladimir Carvalho
Produção: Vladimir Carvalho
Coprodução: Cheuiche, Daniele Hoover e Com Domínio Filmes
Fotografia: Jacques Cheuíche
Montagem: Vladimir Carvalho e Gabriel Medeiros, EDT.
Som: Bruno Armelim
Música Original: Leo Gandelman