A revista que fez a primeira grande entrevista com Manoel de Barros
No ano em que celebramos o centenário da Semana de Arte Moderna de 22, data inaugural para a moderna cultura brasileira, a revista Bric-a-Brac emerge do seu silêncio de anos e volta a circular desafiando os limites da estética do modernismo e o cerco que se abateu sobre a cultura nacional.
A revista terá 110 página, toda em papel couchê, colorida para quebrar o tempo cinza-fumaça. Na pré-venda, durante o pré-lançamento em junho, foram vendidas 120 revistas de uma tiragem de mil exemplares.
A BRIC XXII será lançada nacionalmente em Brasília na próxima quarta, dia 13/7, no Bar/restaurante Beirute Sul – Comercial da 109. Depois em Belo Horizonte no espaço cultural Asa de Papel. No Rio, em agosto temos um convite para lançá-la na Associação Brasileira da Imprensa (ABI); e em São Paulo na Casa das Rosas, na Avenida Paulista. A BRIC poderá ser lançada também na tradicional Feira do Livro de Porto Alegre.
A revista contou com um apoio publicitário governamental e de algumas pequenas e médias empresas de Brasília. Sua gestação durou exatamente nove meses: um parto.
Poesia é tensão e a provocação começa pela capa, onde um poema-visual legenda-realidade anuncia: 2022, O PAU-BRASIL SANGRA. Um retrato brasileiro que teima em resistir numa fotografia-fogueira do poeta carioca Xico Chaves: a árvore que dá nome ao nosso país queima e sangra no Jardim Botânico do Rio – saudade de Tom Jobim.
O visual, criado pelo designer mineiro Rômulo Garcias, editor gráfico da BRIC, retrata a angústia das florestas sob o ataque dos incêndios criminosos e do corte da madeira bruta por seus exploradores na região amazônica e no Pantanal.
E, na “folha de rosto” da revista, lá vem a SANTA BALA, uma bala de fuzil vestida de santa, visual do eterno Luís Eduardo Resende, o Resa, o designer que criou a visualidade das seis (6) revistas editadas de 1985 a 1992; além de um álbum de poemas em lâminas serigráficas, e um catálogo de 112 páginas da exposição “BRIC-A-BRAC – 21 ANOS”, que ocupou o salão principal da CAIXA Cultural, em Brasília, em 2007.
A revista nas suas primeiras páginas, mostra os dentes antropofágicos. Nesta edição, fazemos uma homenagem à memória do querido Resa.
A atual edição reúne mais de 60 participantes com textos poéticos, crônicas, artes gráficas e grafismos, além de textos que sustentam a proposta acadêmica e histórica da edição. BRIC XXII, um “biscoitão fino” realimentando a invenção na Poesia para as massas.
Atenção especial ao artigo 22 e Noigandres (pg 32), do mestre Augusto de Campos que, aos 92 anos, pesquisou e relembrou fatos até hoje ainda inéditos da convivência entre os concretistas e os modernistas de 22, especialmente Mário e Oswald de Andrade.
Uma viagem-pesquisa nos oferece o poeta, professor e acadêmico Antonio Carlos Secchin em conversa informal com o editor Luis Turiba, onde apresenta e comenta os dez livros que mais lhe chamam a atenção na fase heroica e provocadora do Modernismo. Ao longo de oito páginas, cada um desses livros, foram comentados e fotografados em sua grandeza secular e canônica.
Uma surpreendente carta-manifesto assinada pelo poeta negro Arnaldo Xavier (falecido em 2008), comenta o livro O CIO DAS CORES de outro poeta negro, o também professor Éle Semog. E, amarrando as questões levantadas pela carta, um ensaio do poeta-crítico Ronald Augusto. Um papo de “criohoulo para criohoulo”.
A professora e pesquisadora de Pós-Graduação da UnB, Sylvia Cyntrão nos brinda com o ensaio Ecos Contemporâneos dos Manifestos Artísticos de 22 – Reflexão sobre Arte e Cultura Nacional.
O jornalista-poeta Paulo José Cunha relembra, numa carta saudosista, a angústia do poeta tropicalista Torquato Neto, quando este estava às voltas com a edição da histórica revista NAVILOUCA nos anos 70.
Além de tudo isso, uma entrevista com o antropólogo-poeta Antônio Risério sobre o marketing político tão em voga no Brasil de hoje.
A BRIC XXII se apresenta envolta em textos, poemas e visuais que retratam o Brasil de hoje, seu radicalismo, a negação, o vou-não-vou, mas a esperança-viva está resistência da palavra poética.
Afinal, “armar-se não é amar-se. E assim fez-se o mar que engolirá o ser-tão”, anuncia o editorial O PAU BRASIL SANGRA.
E propõe: “Múltiplas encruzilhadas. Não à uniformidade. A vitória do conflito sobre o confronto: 100 anos depois, o carnaval continua sendo a festa da raça. Viva a Vaia! Cala a boca já morreu!
_________________
Editor: Luis Turiba (whatZap: luis turiba) – (21) 98288-1825
Conselho Editorial: Romulo Garcia (Editor gráfico); Editores auxiliares: João Diniz, Jairo Fará e Luca Andrade