"A vida é de quem se atreve a viver".


A ópera "Leopodina" conta a história da arquiduquesa austríaca que se casou, por procuração, com D. Pedro I
Uma ópera para comemorar o Bicentenário da Independência do Brasil

O maestro Jorge Antunes já concluiu a composição de sua nova ópera, intitulada Leopoldina. O libreto é do poeta Gerson Valle que há algum tempo vem realizando parcerias com Antunes. É de Valle, também, o libreto da famosa ópera Olga que, depois de apresentações no Brasil, já teve sua estreia europeia.

A ópera Leopoldina foi escrita com apoio do Holding Icatu, que concedeu o Prêmio Icatu de Artes 2020 a Jorge Antunes. O prêmio consistiu em uma bolsa financeira de um ano e meio e uma residência artística na Cité Internationale des Arts, em Paris, com o fim específico de compor a ópera.  Jorge Antunes ainda reside em Paris, onde atualmente conclui a parte eletroacústica de sua nova obra.

A trama do libreto da ópera de Antunes conta a história de vida da Arquiduquesa Princesa Leopoldina Habsburgo que casou-se, por procuração, em 1817, com o Príncipe D. Pedro de Bragança. A ópera começa justamente com cenas da festa de casamento oferecida pelo Marquês de Marialva, no palácio Augarten, em Viena.

A trama se desenvolve em seguida no Rio de Janeiro, onde a Imperatriz Leopoldina assume um verdadeiro espírito de brasilidade, defendendo o povo brasileiro, culminando com o grande ato histórico em que ela assina decreto declarando o Brasil independente de Portugal.

Na sequência, o drama cênico-musical retrata o sofrimento e humilhação que lhe são impostos pelo marido D. Pedro I, até o aborto de seu nono bebê e sua morte. Tudo isso é contado de modo não linear, com a alternância de cenas de uma escola de samba, em pleno século XXI, que prepara desfile carnavalesco homenageando a arquiduquesa austríaca, imperatriz e mãe do Brasil independente.

Segundo Jorge Antunes, Leopoldina “é uma ópera contemporânea, com um Prólogo (Abertura) e três atos, com linguagem musical eclética em que convivem vocabulários e discursos musicais de vanguarda, com elementos tradicionais, modalismo e neotonalismo”.

E acrescenta: “Ela se enquadra no gênero que os franceses chamam “grand opéra”, com orquestra a três: [3 Fl (also Picc), 2 Ob, Ci, 2 Cl, Clb, 2 Fg, Cfg, 4 Cr, 4 Tr, 4 Tb, Tu, Harpa, 5 percussionistas, Tp, cordas, eletrônica]”.

São usados também dois instrumentos extras (cavaquinho e violão). A duração é de cerca de 2 horas e 15 minutos.

Os principais solistas são: Leopoldina (soprano); D. Pedro I (tenor) e José Bonifácio (barítono-baixo).

Os papéis secundários são: Marquês de Marialva (barítono); Maria Luíza (mezzo-soprano); Domitila (contralto); Historiador (barítono); 6 procuradores (membros do coro); compositor, letrista e cenógrafa da escola de samba (3 atores).

A ópera tem também um coro, que deve contar com cerca de 40 coralistas. Existem cenas com a participação de batucada, cantores sambistas e dançarinos de uma escola de samba, que podem ser interpretadas pelos próprios membros do coro e da percussão da orquestra, ou com músicos e dançarinos originários de uma escola de samba.

Ópera Olga

O maestro Jorge Antunes, que também é autor da ópera Olga, está convidando os interessados para a leitura de crítica assinada por Alan Neilson, publicada dia 28/3, no jornal OperaWire (clique aqui). Por falar nisso, Antunes avisa que Olga está em streaming no Opera Baltycka Gdansk, Polônia.

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