Quantas ruas em nossa cidade são batizadas por nomes femininos? Quantos são os monumentos dedicados a mulheres? Com essas perguntas o Museu do Amanhã, do Rio de Janeiro, pretende dar início a uma série de debates sobre o Dia Internacional da Mulher. É a terceira edição do projeto “Meninas de 10 anos”.
Neste sábado, dia 7/3, o Museu do Amanhã (Praça Mauá, Centro do Rio) iniciou sua programação com o debate “A cidade - substantivo feminino”, a partir de reflexões sobre a presença e o lugar da mulher na sociedade. O programa, mobilizado pela agenda 2030 proposta pela ONU, aposta na potência do encontro entre meninas e mulheres a fim de se romper estereótipos, propor engajamento social e fomentar valores como sororidade, empatia, identificação e confiança.
O projeto promove atividades acerca das questões de gênero, tendo como premissa a compreensão dos papéis atribuídos a homens e mulheres e como foram historicamente construídos. As meninas vão interagir com um quebra-cabeças que traz imagens de mulheres importantes na história, como Nise da Silveira, Tia Ciata, Cecília Meireles, Mercedes Batista, Marielle Franco, Maria Lenk, Elza Soares, entre outras. Ao final, vão participar de uma oficina para confecção de placas de ruas com o nome de mulheres que as inspiraram na vida comunitária, escolar e mesmo durante os encontros no museu.
O projeto “Meninas de 10 anos”, que teve sua primeira edição em 2017, é um desdobramento do Seminário “10 meninas na construção dos amanhãs” realizado no Museu do Amanhã em parceria com o Fundo de População da ONU (UNFPA). O mote era o relatório do UNFPA ‘10 – Como nosso futuro depende de meninas nessa idade decisiva’, que demonstra como a vida de todas as meninas é radicalmente transformada a partir dos 10 anos, sendo resultado de um trabalho no qual 10 meninas de diferentes países foram acompanhadas e monitoradas - considerando seus universos e realidades. O resultado desta pesquisa é a impreterível relevância na promoção de políticas de investimento e proteção para as meninas, sobretudo a partir desta faixa etária, que constitui um marco de transformações e modificações determinantes para a concretização da agenda 2030, com destaque para o ODS-5.
No dia 10/3, a partir de 9h, meninas das escolas vizinhas e parceiras do Museu participam do encontro que vai abordar questões de gênero e feminismo, podendo ser este o primeiro contato delas com as temáticas em questão. Por isso, esse encontro se chama “Plantar”, já que trata de depositar sementes em terrenos férteis e necessariamente partes de qualquer transformação que se podem desejar para o amanhã de todos.
No último dia, 14/3, a partir de 13h30, o evento coloca frente a frente duas gerações de garotas, o que fará desta etapa uma grande celebração. As meninas de 2017 e as meninas de 2020 irão se conhecer e reconhecer, contrastando realidades variadas e até mesmo sonhos possivelmente distintos, sem, contudo, nunca esquecer do que as une: o ser mulher, em toda a amplitude. Chamado de “Regar”, esse terceiro encontro é norteado pelas ideias de Paulo Freire ao propor a educação como uma via de mão dupla, ou seja, meninas que colaborativamente irão revigorar seus objetivos e sonhos.