"A vida é de quem se atreve a viver".


Cena preparatória das filmagens do filme Réquiem Para Dona Benta, obra baseada no Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato.
Cineasta brasiliense adapta Monteiro Lobato em longa-metragem

O cineasta Péterson Paim se prepara para rodar o filme Réquiem Para Dona Benta, obra baseada no Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato. No elenco, atores brasilienses e globais. Uma versão adulta, futurista e fantasiosa da obra de Lobato e é também um libelo contra a degradação ambiental.

Paim, artista multimídia de Brasília, se prepara para rodar o filme no primeiro semestre de 2020. No roteiro, já adultos, Pedrinho e Narizinho precisam salvar o Sítio do Picapau Amarelo da especulação imobiliária e da degradação ambiental que despertou a fúria de seres folclóricos. Para isto, eles vão precisar retornar à crença nas aventuras da infância.

Cláudio Heinrich dará vida a Pedrinho. Neuza Borges interpretará Tia Anastácia, a responsável pela criação da boneca Emília. Robert Rowntree será o príncipe Escamado. “E vamos ainda contar com atores reconhecidos de Brasília. Será uma ficção de suspense, com pegada similar à do filme O Labirinto do Fauno, de Guillermo del Toro. É um filme de fantasia, subgênero raro no Brasil”, destaca Péterson.

A ideia de reviver Monteiro Lobato no cinema surgiu em 2011. Agora, o cineasta vê o sonho se concretizar na sua nova adaptação que promete ser “um filme futurista, isolado do universo infantil, mas sem perder a essência de Lobato”, explica.

Na película, que chega para destacar a força da produção brasiliense no mercado, Pedro e Lúcia, a Narizinho, cresceram. Dona Benta faleceu e o famoso sítio foi arrendado pela especulação imobiliária, colocando em risco o meio ambiente e o abastecimento hídrico da região. A crença nas fábulas também se tornou coisa do passado, já que na produção, Emília e Visconde são bonecos sem vida. Separados por atritos, Pedro é divorciado e Lúcia (Narizinho) se casou com um advogado do alto escalão político, cujo principal cliente é o deputado J. Trevo, o novo dono das terras do Picapau Amarelo.

“A antiga amizade entre os primos precisará ser resgatada quando Lúcia é raptada pela bruxa conhecida como Cuca, o que obrigará Pedro a enfrentar seres folclóricos e mitológicos na tentativa de salvá-la”, adianta Paim.

Mas, ao contrário do que acontecia na infância, os seres fantásticos serão cruéis. Eles possuem aparência monstruosa e não aceitam mais o diálogo com Pedro, já que o culpam pelas catástrofes ambientais.

“A produção será bem crítica e atual para o momento em que vivemos. Vamos rodar em Brasília e em cavernas de Goiás”, detalha. A produção será assinada por Núbia Santana e Cláudia Bermann.

Sobre Paim

Péterson Paim é músico, cineasta e fundador da banda brasiliense O Pirata do Espaço, na qual interpreta o pirata. Na carreira cinematográfica é ainda famoso por prêmios no Brasil e no exterior. O brasiliense Péterson foi semifinalista em Los Angeles no Cine Fest, de 2017, com Quixote, a Lei do Mais Forte.

Paim recebeu, também, o Troféu Câmara Legislativa de melhor longa-metragem por júri popular no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com Cidadão Brazza, em 2013. Diretor, produtor, roteirista, fotógrafo e montador de mais de 40 trabalhos (dentre curtas, longas e vídeos didáticos), Paim se destaca no cenário cinematográfico brasileiro. O artista é formado em Audiovisual pelo ICESP e, ainda, em Química pela Universidade de Brasília. Péterson tem mestrado em Ensino com Pesquisa em Análise e Produção de Vídeo Didático e Educativo. Réquiem Para Dona Benta será o quinto longa-metragem do artista.

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