Patrícia Duboc: "A música me alimenta a alma, me anima, me faz viver"
Frutos do espírito

Antônio Carlos Queiroz (ACQ) –

Esta é a quinta entrevista da oitava edição do Guia Musical de Brasília, que acaba de ser publicada em forma impressa.

O que levou Patrícia Duboc, servidora da Câmara Legislativa, a lançar em 2018 o CD Pleno em Ti, de música inteiramente dedicada ao louvor de Deus? Teria ela iniciado uma carreira no mercado de música gospel? O sobrenome Duboc dá alguma pista mas antes complica que nos responde. Por isso fomos até ela para perguntar.

“A música para mim é um hobby, sem interesse financeiro no momento. A música me alimenta a alma, me anima, me faz viver. Com ela eu me conecto com as pessoas, com a natureza, com Deus. Eu não gosto de rotular a música. Música é música, não consigo colocá-la numa caixinha. Entendo que música gospel são orações cantadas, um meio de falar com Deus, falar de paz, frutos do espírito, alegria, angústia, plenitude. O meu álbum é o resultado de inspirações, de sentimentos que eu fui tendo ao ler a Bíblia. Não tinha a pretensão de lançar o álbum, mas depois de começar a publicar aqui e ali algumas canções, no YouTube, decidi lançá-lo”.

Antes da pandemia, Patrícia Duboc sempre cantou aos domingos em sua pequena Igreja de Cristo Internacional de Brasília, na 210 Sul. Mas também sempre se dedicou à MPB. É fã de Marisa Monte e de Tim Maia, por exemplo. E admira de montão a cantora Jane Duboc, sua prima de segundo grau e grande referência, mas sem qualquer ligação próxima, pelo menos por enquanto!

Pedigree - Durante a conversa ficamos sabendo que ela cresceu no Rio de Janeiro num ambiente musical. Durante o dia, a sua mãe trabalhava num banco, e à noite tocava piano e cantava na noite para ajudar no sustento das filhas, Patrícia e Flávia, e o irmão, Flávio. A avó também tocava piano e violão. E mais, Patrícia é bisneta de Barrozo Netto, importante pianista e compositor carioca (1881-1941), autor de Concerto para piano, da ópera A Rainha da noite e da suíte Vozes da floresta.

Na infância, Patrícia conviveu com o tio Maurício Duboc, acompanhador de sua mãe, cantor, compositor e coautor de muitos hits de Roberto Carlos (Falando sério, A Namorada, Sonho lindo), Chitãozinho e Xororó (Fogão de lenha) e Cauby Peixoto (Tua presença), entre outros e outras.

Pedigree ela já tinha, portanto. Teve oportunidade de estudar piano e violão quando criança mas não foi em frente. Aos 20 anos casou-se e teve duas filhas. Mudou-se para Brasília em 2001. A carreira musical teve início quase por acidente. Quando tinha nove anos, uma de suas filhas quis estudar violão, com o professor dando aulas em casa. Depois de alguns meses a filha desistiu e ela decidiu estudar o instrumento no lugar da filha, o que fez durante dois anos. Passou a praticar na igreja, onde também participa do coral. Depois de sete anos, passou a ter aulas de teclado e, o mais relevante, a tomar aulas de canto com Márcia Tauil.

Com o grupo de alunos de Tauil, Patrícia teve a oportunidade de se apresentar em muitos eventos e shows, inclusive um no restaurante KiFilé, organizado pelo Guia Musical de Brasília em outubro de 2019. Durante a pandemia, ela continuou a se apresentar em lives e a postar gravações no Facebook, em parceria com o cantor, fotógrafo e produtor Fred Brasiliense.

Projetos? Continuar a cantar, compor, quem sabe cantar com Jane Duboc!

Ouça aqui Colheita, composição de Márcia Tauil e Mana Tessari.

Você não tem direito de postar comentários

Destaques

Mais Artigos