Luiz Martins da Silva –
I
Lá, desde o inatingível,
Não mais susto, não mais surto,
Não mais exposta à sanha
Imoladora e incendiária,
II
A árvore arquétipo,
A árvore espírito,
A árvore altiva,
A árvore da vida,
III
A árvore de todas as árvores,
A árvore zelo e nutriz
De toda espécie, de todo Ser,
Retornará de seu silêncio.
IV
Tudo o que perece recomeça
Para a prece da essência.
O que fere seja horto,
O que mata seja morto.
V
Sandice, miragem.
Inútil ilusão do fútil
A espalhar o infortúnio,
De quem vai desaparecer.
VI
A marcha da ignorância,
A inconsciência do tudo para si,
Atrairá inevitáveis consequências
Para os que estão a destruir.
VII
Um dia, de Norte ao Sul,
A profecia há de se cumprir.
A árvore matriz voltará a fluir.
E outra vez o ar será verde e azul.