Luiz Martins da Silva –
I
Um dia, soube, um deles
Mentiu para mim, mas foi por
Pura e simples misericórdia.
II
Um dia, soube dele por
Palavras que me reabriram,
Um coração já feito em mármore.
III
Um dia, soube, um deles
Jurou por mim perante a Justiça.
Ela, incrédula, abriu um olho.
IV
Um dia, no extremo dos poentes,
Um deles foi duro comigo.
“Não tenho como lhe devolver o dia”.
V
Um dia, um deles, me pediu.
Encarecidamente, “não beba mais.
Pelo menos daquele jeito de ontem”.
VI
Um dia, um deles, eu me despedia...
“Deixa de ser besta, abestado,
Tu é que ainda vai me enterrar”.
VII
Um dia, quando não mais fazia
Rastros sobre o que é areia, ele,
Em pessoa, estava Lá, em guarda.