Luiz Martins da Silva –
Eu já imaginava o baixo nível, os palavrões e outras grosserias, mas, a tal reunião ministerial é pra lá de escatológica, é a prova dos horrores de um "banco de talentos" reunido por suas 'competências' e disposto aos propósitos mais horripilantes. A baixaria vai bem mais além de agredir as instituições da frágil democracia existente no país. A fúria não é somente em relação à Praça dos Três Poderes. O Banco do Brasil ficou assim no filme, digo, no vídeo: "Tem que vender logo esta p...". Patrimônio público, desde Dom João VI. Agora, de quem?
É um propondo a prisão dos ministros do STF; outro propondo se aproveitarem da pandemia para passar leis "infralegais" (passar boiada); é mais um dizendo para a "ministra dos direitos humanos" que se f... as vítimas do turismo sexual; e o próprio presidente xingando de b... o governador de São Paulo e de estrume o do Rio de Janeiro.
Em relação ao que se tem revelado nestes dias, o ministro militar mais próximo do Chefe de Estado acha inconcebível (hoje) vasculhar-se o celular do PR, como querem parlamentares. E isto acrescentaria alguma coisa? Se não tirarem proveito da tragédia sanitária para dar vazão ainda mais à coleção de ódios contra quem se oponha aos desatinos, já é alguma coisa.
Já é um holocausto as vidas brasileiras entregues ao Covid-19 (21 mil). Por que defender que se deve armar a população? Para os brasileiros se matarem, uns aos outros? Que mentalidade! Aonde estamos! Aquela pergunta de outrora, de um antigo presidente da Câmara dos Deputados e que provocou a patética indagação de Renato Russo – "Que país é este?" –, ganhou dimensão astronômica.
Agora, é pouco perguntar que país é este. É doloroso perguntar se os nossos filhos e netos encontrarão ainda algum país. E também não é mais a constatação do passado colonial – "Triste Bahia!" (Gregório de Matos – 1636-1696). Hoje, é triste Brasil. Triste país. Tristes de nós que ainda temos alguma esperança. Pergunta não menos dolorosa é: Há governo?
Convenhamos, isto que está aí não é um governo. Pela amostra do conteúdo da tal reunião ministerial, é de ter medo, pois é algo bestial, um bestialógico. Peço que ninguém use palavrões. Se palavrão fosse solução, já teríamos deles um palácio cheio. Triste a pusilanimidade dos senhores 'ministros'. Em vez de baixarem a cabeça e pedirem o boné, renderam-se todos à defesa de quê? Governo, já se temia que não. De agora em diante, ufa!