"A vida é de quem se atreve a viver".


O presidente Bolsonaro deveria comparecer a um desses cemitérios de chão pelo Brasil e dar uma mãozinha, em vez de subir em carro para ser aplaudido por manifestantes ávidos por uma ditadura.
Ainda dá para errar?

Luiz Martins da Silva –

O Estado brasileiro, leia-se, classes dominantes encasteladas, tem mantido com a sociedade brasileira (na verdade, é um conjunto de nações, se contados os povos indígenas) uma relação predatória. Na colônia, exploração absoluta e se valendo de regimes de escravidão ainda não de todos esgotados, alguns a caminho do genocídio. No império, o surgimento da política em favor dos privilégios dos já privilegiados; na República, o surgimento do gosto dos militares brasileiros por assumir o "controle" das situações.

Mas, vamos logo para o momento atual, momento este em que os seres humanos, ao mesmo tempo cidadãos, contribuintes, servidores, força de trabalho e uma metade da população entre a miséria, a pobreza e a viração, lá vem, de novo, o Estado, a pedir o sacrifício de todos e, agora, das próprias vidas das pessoas, em nome de quê? De salvar a economia porque, se não, estaremos todos na mais profunda das crises, algo nunca visto em tempo nenhum, a recessão das recessões.

Acontece que o país precisa, sim, de um grande e atrasado Plano de Salvação, mas é de vidas. Tá difícil de entender ou vamos pedir as crianças para que desenhem o que está acontecendo? Os governadores se sucedem em entrevistas para dar conta das toneladas de aparelhos e suprimentos e de hospitais de campanhas. OK. Paralelamente, dão outras entrevistas para dar satisfações à orientação do Palácio do Planalto de que é preciso ir planejando a volta ao "normal". Não existe normal mais normal do que o direito à vida. É fazer o impossível pelos que estão nos leitos de morte e outro impossível para que os imprudentes entendam o que é o apelo Fique em Casa.

Isto é lá hora de o Estado pedir socorro à sociedade? Hora, por exemplo, de uma revolução sanitária: Toda a saúde do país a consolidar um único Sistema Único de Saúde. Nunca a proposta do SUS fez tanto sentido. E correr atrás do prejuízo. As medidas de testes e bloqueios, os lock downs (como adoramos a língua do Tio Sam!), eram lá do início da pandemia! Tantas vidas e tantos bilhões de reais!

Mas, tudo bem! Aliás, nada bem, se o Presidente da República continuar obsessivamente nesta de organizar prematuramente o Desfile da Vitória nesta guerra. De quem? Da Economia? Quanto às mortes, há muito ele já disse: “Não joguem isto no meu colo?” E também bronqueou com esta: "Não sou coveiro!" Pois devia ser! Compareça, por favor a um desses cemitérios de chão pelo Brasil, dê uma mãozinha, melhor que subir em carro para ser aplaudido por manifestantes ávidos por uma ditadura. São ou não sem noção? Quer abraçar? Pois abrace os parentes dos que choram, caso contrário, eles não irão chorar pelo Senhor, estando por baixo, ou festejá-lo, estando nas alturas.

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