"A vida é de quem se atreve a viver".


Lula esteve com os deputados Alessandro Molon (PSB), André Ceciliano (PT), Gleisi Hoffmann (PT), Marcelo Freixo (PSB) e Jandira Feghali (PCdoB) - Foto: Ricardo Stuckert
Agenda política de Lula no Rio reforça alianças

Romário Schettino –

As muitas novidades que surgiram nesta semana que passou nos cenários nacional e regional ajudam a entender os rumos da política brasileira nos próximos 18 meses. Os atores envolvidos nesse xadrez sabem que não há tempo a perder.

Lula, antes de partir para o Nordeste, passou várias horas costurando alianças no Rio, São Paulo e Minas Gerais, estados em que o PT pode, e deve, abrir mão da cabeça de chapa tanto para governadores quanto para a vaga do Senado. Em 2022 será eleito apenas um senador por Estado.

No Rio, Lula conversou animadamente com lideranças comunitárias, com artistas (na foto, abaixo) e manteve encontro com a direção do PSOL. Lula almoçou também com o prefeito Eduardo Paes e o deputado Rodrigo Maia, ambos ex-DEM e agora no PSD de Kassab.

No estaleiro de Niterói, Lula conversou com funcionários, fez críticas à redução de vagas no setor da construção de navios e prometeu, caso seja eleito, recuperar os empregos perdidos na indústria naval brasileira.

Ainda no Rio, o principal lance ficou por conta da filiação do deputado federal Marcelo Freixo, ex-PSOL e agora no PSB. A ideia é construir uma frente a mais ampla possível em oposição a Bolsonaro no estado onde ele possui um feudo composto de milicianos, policiais e setores evangélicos. Outro político de peso que deve entrar no PSB é o governador do Maranhão, Flávio Dino, que sai do PCdoB para fortalecer a candidatura Lula.

Existem outros nomes da oposição para encabeçar a chapa fluminense para governador, como o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Tudo deve depender do desempenho nas pesquisas daqui por diante.

Vivaldo sai do PDT

As movimentações partidárias continuam a todo vapor. Depois da entrada do ex-deputado Jean Wyllys no PT, ontem foi a vez do ex-deputado Vivaldo Barbosa (na foto, abaixo). No ato de assinatura da ficha de filiação, em evento no Rio com a presença de Lula, Vivaldo disse que “o PDT já não é trabalhista tampouco brizolista. Hoje, o PT é o caminho para o trabalhismo. Quem defende as bandeiras do trabalhismo é o PT: votou 100% contra a reforma da previdência e contra a trabalhista. É O PT que defende uma política de desenvolvimento nacionalista, com defesa de nossas estatais."

O filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente, e Leonel Brizola Neto, também preparam suas filiações ao PT para mais adiante, quando concluírem seus arranjos locais.

Motociata financiada

Outra agenda de destaque foi a do candidato à reeleição Jair Bolsonaro, que teve sua filiação vetada pelo presidente do Partido Patriota. O assunto está, portanto, judicializado. Além disso, Jair andou de motocicleta no dia dos namorados, fez aglomeração, não usou máscara e foi multado pelo governador João Doria. Esse passeio motociclístico custou mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos.

Jair ainda tratou, de forma humilhante, o ministro da Saúde, como “o tal de Queiroga” que estaria editando um decreto para liberar o uso de máscaras a quem já foi vacinado. Em seguida, voltou atrás e desdisse o que disse.

Para fechar a semana, Bolsonaro foi vaiado ao entrar num avião da Azul para fazer campanha política. Foi rechaçado, e a empresa aérea foi duramente criticada nas redes sociais.

CPI da Pandemia

Na CPI da Covid, o relator Renan Calheiros ouviu dois cientistas de peso: Natalia Pasternak (na foto, abaixo) e Claudio Maierovitch. Ambos deram aulas aos senadores governistas contra o uso irresponsável e criminoso da cloroquina. Ao final, Renan anunciou que vai transformar testemunhas em réus, um deles é o ex-ministro Pazuello.

O revelado “gabinete paralelo da saúde” fez sucesso e o deputado Osmar Terra (MDB-RS) é o foco das investigações neste momento. Será convocado para explicar o seu papel ao largo do Ministério da Saúde.

A quebra de sigilos telefônico e telemático de Pazuello, Ernesto Araújo (ex-Relações Exteriores) e membros do gabinete paralelo arrepiou a turma. Foram ao STF tentar a suspensão da quebra do sigilo, mas perderam. Há suspeita de que muita grana [bilhões de reais] rolou nessas transações tenebrosas da cloroquina e do kit tratamento precoce.

Os crimes de Bolsonaro já estão enumerados e dificilmente ele ficará impune no relatório final da CPI.

Bolsonaro não escapará também do processo no STF, que investiga uso de recursos públicos no chamado “gabinete do ódio”, que atuou contra as instituições democráticas. O ministro Alexandre de Morais está no rastro do dinheiro que alimentou, e alimenta, essa conta que poderá chegar à primeira dama e arredores.

A denominada Cova América começa sob protestos e teste positivo em 15 jogadores da Venezuela e quatro bolivianos. O perigo comprovado está em campo.

No dia 19 o movimento social vai às ruas com mais um “Fora, Bolsonaro Genocida!”

A próxima semana promete ficar ainda mais eletrizante.

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