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Bartolomeu Rodrigues cumpre tarefa de viabilizar o Museu da Biblia em Brasília (Foto: Ascom/Secec)
Museu da Bíblia ou Teatro Nacional

Romário Schettino –

Matéria publicada no site da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF dá conta de que o secretário Bartolomeu Rodrigues está cumprindo a tarefa de conduzir parte do projeto que vai erguer em Brasília o Museu Nacional da Bíblia. A outra parte é de responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh).

Esse compromisso, assumido pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) durante a campanha eleitoral vem gerando questionamentos, críticas e protestos quanto à sua conveniência ou prioridade. Setores do Movimento Cultural estão consultando o Ministério Público sobre a possibilidade de questionar judicialmente a decisão do governador. Os deputados distritais também serão procurados para reverter o processo já iniciado pelo GDF.

O Movimento Cultural lembra que o Teatro Nacional de Brasília (TNB) continua fechado há mais de sete anos e outros espaços estão inconclusos, como o Museu de Arte de Brasília (MAB), ou desativados, como o Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), só para citar alguns.

Não tem o menor sentido gastar dinheiro e tempo para criar um novo espaço que não vai funcionar como deveria. O Museu Nacional de Brasília até hoje não tem uma estrutura funcional adequada. É uma gambiarra atrás da outra, sem orçamento próprio e sem quadro de pessoal.

Inicialmente fala-se em gastar R$ 26 milhões, mas a experiência tem mostrado que pode chegar a R$ 80 milhões, como ocorreu com o Estádio Mané Garrincha, que só foi concluído com um gasto superior a três vezes o orçamento inicial. E o mais grave, qual a garantia de que de fato a gestão do museu será laica?

Bartolomeu assumiu a secretaria em dezembro de 2019. Agora, a Secec “comandará a Comissão de Licitação do equipamento cultural com expectativa de captação de 100% de emendas parlamentares, que são verbas públicas. Segundo o secretário, "deste total, R$ 14 milhões já estão garantidos".

“Por ser um equipamento que evoca tema religioso, surgem questionamentos baseados em interpretações apressadas, muitas preconceituosas, que precisam ser desmistificadas. Antes de tudo, o projeto nasce dentro dos padrões museológicos mais rigorosos. Não se está pretendendo erguer um templo de fé e de orações”, afirma o secretário Bartolomeu.

Em defesa da ideia de ter um Museu da Bíblia em Brasília, o secretário de Cultura lembra que este será “um espaço cultural e curatorial, que vai permitir experiências de conhecimento sobre uma das mais importantes escrituras da humanidade, sobre a qual deitam as raízes da civilização ocidental”.

“A Bíblia influenciou fortemente as artes, literatura, filosofia e pensamento científico. Até o mais ardoroso ateu sabe disso. E não por menos museus similares existem várias partes do mundo, a exemplo do Museu da Bíblia de Washington”, lembra ele.

Por fim, o secretário afirma que este será um equipamento “que vai ampliar a diversidade cultural do Distrito Federal, que em nada fere o estado laico, mas contribuirá sensivelmente, com uma proposta curatorial balizada pela arte e pela formação do conhecimento, para reunir, em seu espaço apreciativo, pessoas de diversas religiões e credos ou até agnósticas e ateias. Por que, não? A Bíblia continua sendo fonte de inúmeros estudos, tenha ou não propósitos religiosos.”

Concurso arquitetônico

O site da secretaria informa que a obra será erguida numa área de 7.500 metros quadrados no Eixo Monumental, nas proximidades da EPIA e da antiga Rodoferroviária. Nesse momento, o projeto entra em sua primeira etapa: o lançamento do Concurso Nacional para a escolha da proposta mais adequada, que atenda às especificidades legais e ao Programa de Necessidades, elaborado colaborativamente entre a Secec e a Seduh. Esse documento contou com o apoio técnico qualificado de arquitetos e museólogos.

Desenho não é de Niemeyer

O secretário aproveita para corrigir o que ele chama de "outro equívoco que está sendo difundido em redes sociais e até mesmo na imprensa: a imagem do museu a partir de um desenho atribuído ao arquiteto Oscar Niemeyer".

“Não usaremos a matriz de Niemeyer. O que será construído é algo que ainda não vislumbramos, pois virá justamente do resultado do concurso.”

Segundo Bartolomeu, “todo o processo de inscrição, apresentação das propostas e julgamento será feito por meio de um portal on-line a ser lançado brevemente. O Edital está em fase de revisão técnica e deverá ser apresentado tão logo esta termine”.

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