"A vida é de quem se atreve a viver".


O ensandecido presidente Bolsonaro agride jornalistas todos os dias no "chiqueirinho" do Palácio da Alvorada. Humilhação tem limite, basta!.
Bolsonaro ping x imprensa pong

Romário Schettino –

Diante dos ataques diários e ensandecidos à imprensa feitos pelo ex-capitão e atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com palavras de baixo calão, os jornalistas e as empresas de comunicação sobem o tom e reagem com palavras cada vez mais duras: “canalha”, “desonesto”, “autoritário”, “golpista”, “impedimento já” e por aí vão os comentários, editoriais e matérias jornalísticas.

O clima está tão tenso que ninguém se arrisca a botar o pé fora de casa sem antes observar atentamente os transeuntes. Até bater panela virou um problema, pois os radicais da extrema-direita ameaçam atirar nos vizinhos de esquerda. Ninguém está seguro, as ameaças de morte e afrontas verbais viraram rotina para os arrogantes e ignorantes bolsonaristas que, empunhando as bandeiras estadunidense, israelense e brasileira, cuspiram seus perdigotos na cara de enfermeiros e enfermeiras que protestavam em silêncio.

“Eles odiaram o nosso protesto silencioso”, disse uma enfermeira na porta do Palácio do Planalto.

Pessoas físicas estão sendo violadas em seus direitos de livre expressão e são atacadas em praças públicas – enfermeiras, jornalistas – quem mais? Já já estarão queimando livros a céu aberto, quebrando lojas e invadindo casas. Os repórteres são acuados, diariamente, no “chiqueirinho” do Palácio da Alvorada e obrigados a ouvir um “cala a boca” asqueroso. Aliás, as empresas deveriam proteger seus empregados e evitar que sejam humilhados dessa maneira. Estão expostos, inclusive, ao hálito contaminado de coronavírus. Cala a boca já morreu e eu não tenho medo de cara feia.

Os crimes de responsabilidade já ultrapassaram algumas dezenas. O mais grave deles é o que vem cometendo o presidente em relação à epidemia do coronavírus. Toda e qualquer tentativa dos governadores e prefeitos de manter as pessoas em suas casas é desestimulada quando Bolsonaro vai para as ruas, padarias, farmácias, redes sociais e em manifestações públicas para dizer que a quarentena “é um exagero dessa imprensa que está aí”.

Se isso não bastasse, Bolsonaro cria um problema político por dia. Agora está envolvido numa trapalhada sem tamanho com o seu querido ex-ministro Sérgio Moro. Esse rolo aumenta a pressão e deixa todo mundo mais estressado ainda.

O presidente ficou indignado com a decisão do Supremo Tribunal Federal que impediu a posse de Alexandre Ramagem para a direção geral da Polícia Federal. Pois foi esse mesmo STF que impediu Lula de assumir a Casa Civil de Dilma Rousseff, sob os aplausos dos que agora estão aí reclamando de ingerência ou invasão de competência. Foram esses bolsonaristas que acharam providencial o vazamento do suspeito depoimento de Palocci em pleno segundo turno só para favorecer Bolsonaro.

Mas não nos enganemos, Bolsonaro prepara a galope o autogolpe. Enquanto isso, a nação continua vivendo o seu suspense diário. Até o momento, nessa disputa, Bolsonaro faz apenas um ping e leva um imenso pong da imprensa. Veremos os próximos e eletrizantes rounds.

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