"A vida é de quem se atreve a viver".


A Vampira (1895), tela de Edvard Munch, localizada no Museu Munch, em Oslo, Noruega
Ecos de um réquiem

Angélica Torres –

Elas não desciam, as lágrimas;
ficavam na moldura
os rasos d'água, riachinhos
pedindo socorro a rio.

Chorar um oceano
se preciso,
livre
como prece

de ave.

Esse vácuo
que entorna
a retorta
é desamparo?

É estado de sítio
em corpo alheio?
A dor do mundo
nos dardos lançados

A onda de mármore
em maré cheia
e todos os beijos
censurados. /

Lábios do silêncio
translúcido, o choro
se oculta no campo
gravitacional do riso

frio.

Ouve-se o coro
dos mortos/
       eu ouço/
num mantra
no escuro.

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