"A vida é de quem se atreve a viver".


Geniberto: ”Temer tornou-se descartável para a coalizão golpista. A qual, sem formalismos, determinou o afastamento imediato das suas funções presidenciais.
A hora e a vez de Michel Temer – o castigo prematuro da traição

Geniberto Paiva Campos -

Causou espanto, e não somente aos brasileiros ligados aos fatos políticos, a demissão sumária – com direito à renúncia – do presidente em exercício Michel Temer, pela coalizão golpista.

Decisão dos donos da Rede Globo. Fruto, talvez, de precipitação política e da arrogância do poder ilegítimo originário do Golpe.

 O qual optou por jogar Temer na humilhante vala comum onde se encontra o ex-deputado Eduardo Cunha, principal ator da manobra legislativa do impeachment da presidente Dilma.

Difícil imaginar quais as falhas cometidas por Michel Temer na execução, rápida e eficiente, da pauta golpista: estado mínimo; desmonte do parque produtivo; extinção de direitos trabalhistas e previdenciários; entrega rápida das riquezas do Brasil aos interesses externos.

Percebe-se claramente o desenrolar de uma trama, tosca e primária, armada para afastar o presidente em exercício.

Envolvendo várias instituições. E, para surpresa de muitos, a participação de uma estranha empresa privada (multinacional?) de origem goiana, a JBS.

Michel Temer experimenta, precocemente, a terrível solidão e o isolamento dos traidores.

Mesmo ao se imaginar “cumprindo uma missão”, ao construir sua a irônica “ponte para o futuro”, Michel Temer tornou-se descartável para a coalizão golpista. A qual, sem maiores cuidados ou formalismos, determinou o afastamento imediato das suas funções presidenciais.

O que serve como grave advertência àqueles que aderiram ingenuamente ao Golpe de 2016.

Qual a natureza desse movimento? 

É claramente perceptível contra quem foi desencadeado o golpe midiático/ jurídico/ parlamentar de 2016.

Mas qual a lógica desse inesperado, imprevisto golpe contra Michel Temer?

Por mais que se especule, prevalece a lógica da elite. A qual jamais assimila, ou integra, os que executam, a seu serviço, o trabalho sujo. Mesmo aqueles essenciais para atingir seus objetivos políticos. Eles são descartados pela porta dos fundos. Como serviçais substituíveis. Às vezes, premiados com um pontapé no traseiro.

Todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a o golpe de 2016, estejam preparados para serem vistos pelos brasileiros, num futuro próximo, como traidores da pátria e inimigos da Democracia. (Não se trata de uma ameaça. Apenas uma constatação óbvia).

Na realidade, o Brasil consolidou-se como alvo preferencial de “neutralização” da política externa norte americana para a América Latina.

O governo americano sempre temeu o Brasil como futura potência mundial.

Há muitos anos os Estados Unidos exercem o controle absoluto das comunicações internas do Brasil. O que lhe permite o acesso ilegal ao pensamento dos brasileiros, expresso em suas conversas privadas.

É o retorno aos padrões da Guerra Fria. O “anticomunismo” substituído pelo antipetismo. Com o apoio de agentes internos (tropas de ocupação) na defesa de interesses estratégicos americanos.

Novamente, um mundo dividido em polos ideológicos, onde não mais prevalece o interesse de cada nação ou país. Existe, agora, o mundo neoliberal e o “outro”.

O desmonte – quase destruição – da estrutura produtiva do país, da política, dos direitos sociais duramente conquistados nas últimas décadas, promovidas pela ação nefasta dos golpistas, tornam-se cada vez mais evidentes na consciência (embora tardia) dos cidadãos brasileiros.

Começa a ser questionado aquilo que foi conseguido às custas da aplicação da “equação norte-americana”:  Desinforme a população e torne-a ignorante e estúpida. A ignorância leva ao medo. O medo leva ao ódio. E o ódio leva à violência. ( Guardian, 21 de abril,2017).

O QUE FAZER?

Se possível, retomar às formas naturais do fazer político;

Neutralizar os grupos fascistas, através de narrativas políticas contra hegemônicas, baseadas nos fatos reais. Não apenas em convicções e interpretações tendenciosas. Enfim, uma mídia livre;

Retomar a iniciativa no campo político;

Criar um sistema de comunicação moderno, eficiente e autossustentável;

Consolidar a unidade do campo progressista;

E, finalmente, apoiar a criação de Núcleos de Inteligência Política – NIPOs – para entender melhor a conjuntura, com definição mais clara do campo de atuação, para o retorno à democracia e ao Estado de Direito.

Você não tem direito de postar comentários

Destaques

Mais Artigos