"A vida é de quem se atreve a viver".


Geniberto: "Acostumados a falar as maiores estultices para o seu público cativo, há muito deixaram de ser jornalistas: são funcionários da Globo".
Os juristas da Globo

Geniberto Paiva Campos -

Dizem que mais importante que o fato é a sua interpretação. Milllôr Fernandes conseguiu expressar magistralmente esse conceito em sua “Fábulas Fabulosas”, ao contar a história do leão, que duvidando da sua majestade, saiu pela floresta a consultar outros animais para saber quem era o Rei dos Animais, o Manda Chuva.

Até que encontrou o elefante, que desafiado pela pergunta do leão, em silêncio, enrolou o rei na sua tromba, jogando-o sobre um troco de árvore. O leão, bastante machucado, falou, indignado: “– Diabo, só porque não sabia da resposta, não precisava ficar tão zangado”.

A fábula do leão me veio à mente após os eventos de ontem, 10 de maio. O qual poderá entrar para a história como o dia da vergonha nacional.  

Quando caminhamos para trás, num retrocesso sem fim. Nos afastando, cada vez mais, dos padrões de uma sociedade civilizada.

A justiça brasileira midiatizou-se. Busca a todo custo o chamado “apoio da sociedade”, à falta gritante de um apoio legal, sistema garantidor do Estado de Direito. Demoram a perceber que a sociedade brasileira começa a perder a confiança em seus juízes.

A ordem jurídica plena, permanente, é essencial para a garantia do processo democrático.

Nos eventos de ontem (10/5), não sei o que nos fez corar de vergonha com mais intensidade: se o teatrinho montado para o depoimento do ex-presidente Lula, ou a pronta interpretação do fato pelos “jornalistas globais”.

Acostumados a falar as maiores estultices para o seu público cativo. Dizem que há muito deixaram de ser jornalistas: são funcionários da Globo.

Ciosos dos seus empregos, dos seus salários e da sua fiel audiência. Quando necessário, vestem a toga de juízes.

Digna de registro a expressão corporal desses funcionários. Um meio sorriso plantado em seus rostos. A convicção plena da culpabilidade do ex-presidente, mesmo sem provas, ao balançar a cabeça, de maneira afirmativa, ao ouvirem qualquer coisa – repita-se, qualquer coisa, o menor indício - de que “o Lula é culpado. E sabia de tudo”.

Esse julgamento midiático é impiedoso. Ocupa todos os horários disponíveis na grade de programação global. Rádios e jornais.Uma vergonha inominável, se comparada à absoluta falta de interesse na apuração de malfeitos dos amigos e correligionários da “Vênus Platinada”.

Eles mantêm a aposta que o povo é bobo.

Propinas comprovadamente depositadas em contas no exterior não causam o mínimo interesse, a menor indignação nos funcionários globais. Sua indignação é sempre seletiva.

É esta a forma desavergonhada de fazer jornalismo. Na realidade uma máquina suja de propaganda e manipulação políticas. Sem nenhum pudor.

A ética fica ao largo quando o objetivo político fala mais alto. No interesse dos seus patrões.

Os quais não dependem do escrutínio periódico dos votos dos eleitores brasileiros. Mas tem a permissão, sem limites, para fazer a baixa política do modo que lhe pareça mais conveniente.

Já vimos esse filme. Sabemos o seu final. E não há “happy end”.

Trata-se da criação, sutil, pelos medíocres, do estado totalitário.

Quem viver, verá.

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