Danilo Firmino (*) –
Ele fabrica crises por espasmos, o faz por dois motivos: só assim pode governar um sociopata que não tem respeito pelo outro, muito menos pelo Estado Democrático de Direito. Enfim, um proativo em fazer aquilo que popularmente chamamos de "merda".
Diz uma coisa pela manhã, nega à tarde para, à noite, inventar outra versão. E assim, vai testando a paciência dos demais poderes – Congresso, Justiça, Forças Armadas. Um inimigo contumaz da estabilidade e da garantia de qualquer institucionalidade.
Amigos me perguntam: “E aí, quando será a próxima crise fabricada pelo Coiso”. Bolsonaro está a um passo de queimar seu filme com as instituições, rasgando qualquer dia dessas a Constituição e criando uma “crise-mãe” que poderá lhe afastar do poder.
O povo por sua vez, anda de saco cheio das palhaçadas presidenciais.
Sabemos - e todo o mundo também sabe - que o Brasil enfrenta uma crise de duas cabeças, ambas perigosíssimas, mortais, interligadas, irmãs siamesas. Ambas trazem fome, desespero, doenças e mortes para a nossa gente. O povo está perplexo, indignado, com medo e pronto para explodir numa revolta sem precedentes.
De um lado, um vírus mortal, o Covid-19, que é invisível, planetário, não respeita fronteiras, classes sociais, gêneros, religião, cor da pele e já matou em três meses milhões de pessoas em todo o Planeta - e continua sua sanha fúnebre.
O outro vírus tem nome, sobrenome, endereço conhecido, e também ataca ferozmente a tudo e a todos com raiva, rancor, crueldade e ódio, muito ódio; especialmente visando desrespeitar a democracia com um imensurável desprezo pelo povo brasileiro.
Chama-se Jair Messias Bolsonaro, também conhecido internacionalmente como Bolsonero ou simplesmente Bosovírus. Primeiro, ele afirma, contra todos os princípios do mundo científico internacional e da medicina, que o Covid-19 é uma gripezinha que vai matar muita gente; e pergunta: “E daí? Vai morrer mesmo”.
O vírus (ou seria “o verme”?) humano ataca a ciência, os princípios médicos recomendados pela OMS, incentiva aos seus fanáticos seguidores a quebrarem as regras básicas do enfrentamento da pandemia – com destaque para o distanciamento social.
Ele quer ver o circo pegar fogo. Além de coveiro, quer acender o pavio jogando brasileiros contra brasileiros. Ou melhor: de uma maneira fria e nazi-genocida, assiste impassível a morte e o flagelo de milhares de brasileiros, com famílias e mais famílias que nem sequer têm o direito de enterrar dignamente seus parentes e entes queridos abatidos por doenças agravadas pelo vírus invisível.
Isso sem falar dos milhões de brasileiros se acotovelando em filas (e por consequência se contaminando uns aos outros) nas agências da CEF e da Receita Federal atrás de uma merreca de 600 reais que o governo se viu obrigado a liberar para evitar que os brasileiros morressem de fome.
Na realidade, o Bosovírus tem sido até mais letal que o Covid-19. Além de incentivar a circulação do inimigo imortal (gripezinha ou resfriadinho), maltrata e espezinha o povo e faz malcriação como um reizinho mimado, porque foi impedido pelo STF de nomear um amigo dos seus filhos milicianos e corruptos (quem matou Marielle?) para dirigir a Policia Federal.
Em seguida vem a público, sempre perante uma plateia escolhida a dedo, e desrespeita o Supremo Tribunal Federal – nossa corte suprema, pela segunda vez.
Embora a sociedade brasileira venha repudiando tais atitudes, seja via pesquisas, seja nos constantes e diários panelaços pelas principais cidades, esse tipo de comportamento fascista merece nosso repúdio diário.
Torna-se necessário, mais do que nunca, ficarmos atentos, mobilizados e conscientes de que o País caminha para um impasse institucional. Imediato ou em médio prazo. Para se resolver esse impasse, não há solução com o atual des-presidente da República. Ele tem que cair fora. O Congresso Nacional tem que iniciar o processo de impeachment já. Para atacar o vírus, teremos que afastar o verme da Presidência da República.
_________________
(*) Danilo Firmino, do Coletivo Fala Subúrbio.