Luiz Martins da Silva –
O Ano Civil de 2020 começa hoje. Formulário de Imposto de Renda; planejamento contábil e estratégico de contas dos próximos meses; e uma preocupação constante, que não é somente conosco e com as nossas famílias, mas com esse pesadelo que se desenha em torno de um ente gentílico, cívico, sobretudo cívico na acepção da "vida ativa" (Hannah Arendt), ou seja, o que podemos e vamos fazer como CIDADÃOS ATIVOS pelo nosso país e não somente como cidadãos deprimidos, depressivos e contagiantes de notícias mais do que pessimistas, aterradoras.
É só abrirmos uma tela ou estarmos de ouvidos atentos ao rádio e lá vem chapuletada de estresse, o que esse governo DESFAZ, DESTRÓI, intimida, ameaça, corta... E tome desvarios. Em relação a algumas postagens que recebo, tenho indagado de volta se não são FAKE NEWS. Será mesmo que ELE vai autorizar resorts em aldeias indígenas? Será que pretende instalar resorts nos lençóis maranhenses? Será que vai implantar resorts em santuários ecológicos, os tais Cancuns brasileiros? Será que isto e aquilo de horror na Amazônia?
E, AGORA, esta convocação para que suas hostes saiam às ruas e exijam fechamentos de Congresso, de STF, de jornais e mais quantas outras tramas e tramoias antidemocráticas! As forças democráticas deste país dormem e acordam pasmadas, numa inércia patética e em reações de replicações de estupefações, coisas do tipo: Não acredito, não é possível, é o fim...
Nem estou me referindo a uma pouco provável ‘união das esquerdas’. Qualquer união em defesa de um país soberano e menos idiota já está bom. O fato é que se um dos lados desta antinomia, dicotomia, enfrentamento, seja lá o que for, está leso, o outro não dorme, só pensando naquilo, aquele afrodisíaco predileto do MITO e seu clã, legitimar um déspota por meio do velho populismo.
Pode ser, no entanto, que a tal pretensão messiânica se esvazie, tal como ocorreu quando Collor conclamou que saíssem de verde-amarelo e saíram foi de luto. Digo uma coisa: que se lute enquanto é tempo, pois, depois, será luto, mesmo. Na falta de uma ARTICULAÇÃO nacional contra o reconhecido fascismo emergente, que pelo menos não deixemos de viver o chamado “Mundo da Vida” (Habermas). Até parece que nos rendemos a uma espécie de moratória do cotidiano, tomado em socorro de tudo que prezamos. Não podemos viver simplesmente, na calma, de boa. Temos, outra vez, de juntarmos energia para lutarmos contra a opressão e suas trevas. Xô!