"A vida é de quem se atreve a viver".


Lalá nos deixa aos 50 anos. O que fazer sem ela e seus comentários inteligentes no Facebook?
À Lalá, minha amiga

Romário Schettino -

Este carnaval foi um carnaval triste. Certas mortes nos deixam tão fragilizados que é difícil apenas aceitar que fazem parte da condição humana. De todas as perdas neste mês de carnaval, a de Lalá foi a que mais me tocou no fundo do coração.

Conheci a jornalista Larissa Bortoni, a nossa querida Lalá, desde o tempo das concorridas assembleias do Sindicato dos Jornalistas do DF, quando ela ainda era casada com o jornalista Paulo Miranda. Um de seus filhos nasceu durante uma assembleia que decidiu por uma greve histórica dos jornalistas de Brasília. Por pouco o André não se chamava “grevinho”. Larissa deixa dois amados filhos, Lucas, 25, e André, 29.

Nossa amizade foi se fortalecendo e a admiração mútua também. Gostava de suas tiradas inteligentes, sempre à esquerda. Lalá detestava gente cafona, governo cafona, coisas cafonas. E ela sempre tinha razão. O Facebook não será mais o mesmo sem a Larissa.

Quando eu assumi a direção da Radio Cultura, nos idos do governo Cristovam Buarque, Larissa foi a minha chefe de reportagem. O período foi breve porque logo ela passou no concurso para a Rádio Senado e lá se foi ela, com uma dor no coração. Lalá gostava de trabalhar na Cultura FM 100,9.

Um dia, na Rádio Senado, me liga Larissa pedindo uns poemas meus sobre Brasília para serem lido no dia do aniversário da cidade. Gostei da lembrança e me senti honrado, claro.

Morrer aos 50 anos é uma maldade. E de mal súbito, é inaceitável.

Nota de pesar da Faculdade de Comunicação da UnB:

"A Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC-UnB) lamenta informar o falecimento da jornalista Larissa Bortoni, profissional da Rádio Senado, em razão de mal súbito nesta segunda-feira, dia 4/3/2019. Formada pela FAC, Larissa também foi professora substituta de nossa Faculdade e profissional diversas vezes premiada ao longo de sua carreira.

A Direção da FAC-UnB se solidariza com familiares, amigos/as e colegas de Larissa Bortoni. Abaixo, links com mais informações sobre o velório e as realizações profissionais da jornalista".

Profs. Fernando Oliveira Paulino e Liziane Guazina

Diretor e Vice-Diretora da FAC-UnB

Reportagens premiadas assinadas por Larissa Bortoni:

Adultos autistas: onde eles estão? – terceiro lugar no prêmio Rui Bianchi, do Memorial da Inclusão, em 2018

A Culpa é do estuprador – menção honrosa no Sexto Prêmio República de Valorização do Ministério Público Federal, em 2018

Tapa de amor dói – e muito – finalista do 9º Prêmio Imprensa Embratel em 2007

O povo cigano no Brasil – vencedor do prêmio Roquette Pinto de 2011 e menção honrosa no prêmio Vladimir Herzog de 2011.

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