O candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República, Fernando Haddad, afirmou que a “reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quinta-feira (18/10) confirmou o que o PT vem denunciando ao longo do processo eleitoral: a campanha do deputado Jair Bolsonaro recebe financiamento ilegal e milionário de grandes empresas para manter uma indústria de mentiras na rede social WhatsApp”.
A “indústria de mentiras” de Bolsonaro virou notícia no mundo todo e o Ministério Público Eleitoral (MPE) também deve apurar suspeita de caixa 2 em sua campanha.
"O importante agora é prender os empresários que, com caixa 2, financiaram o Bolsonaro em uma campanha de difamação. Se você prender um empresário, ele vai fazer delação premiada e entregará a quadrilha toda. Nós estamos falando aí de 20 a 30 empresários envolvidos nesse esquema”, afirmou Haddad.
Para o candidato do PT, “é a democracia que está em jogo. Ele [Bolsonaro] tentou fraudar as eleições. Felizmente, não deu para ele no primeiro turno, porque, se não, tudo isso ia para baixo do tapete”.
Fernando Haddad explicou que, em seu governo, serão ampliadas as responsabilidades da Polícia Federal para fazer o combate ao crime organizado, em função do fato de as organizações criminosas estarem atuando em âmbito nacional.
“Para ele, há a necessidade se ter uma polícia nacional, porque, se não, as polícias locais não terão fôlego para combater homicídio, estupro e roubo, que é o desejo da população”, disse Haddad.
Com relação às ações nas fronteiras, o candidato do PT disse que antecipará a entrega do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que foi prorrogado pelo governo Temer para apenas 2035. “Nós queremos antecipar em dez anos a entrega do sistema, que é de inteligência. Isso porque, com 17 mil Km de fronteira seca, é impossível cobrir isso com recurso humano, tem que ter inteligência e equipamento”, esclareceu.
Haddad ainda explicou outra vantagem do Sisfron, que é o combate ao contrabando, que refletirá diretamente no aumento da arrecadação. “O contrabando promove uma evasão de divisas muito grande. Então, o Sisfron dá lucro, não dá prejuízo”, acrescentou Haddad.
Artistas
Um grupo de artistas, que inclui as atrizes Sonia Braga, Zezé Polessa, Leticia Sabatella, o ator Vladimir Brichta e o cantor Caetano Veloso, pede explicações para a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, sobre empresas que compraram pacote de disparo de mensagens contra o PT nessas eleições.
“Prezada ministra Rosa Weber, desde o princípio das eleições estamos tendo que conviver com esses crimes eleitorais”, diz a atriz Sonia Braga.
Ela cita o caso em que o filho do candidato Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Bolsonaro, pede para os eleitores filmarem a cabine de votação – prática que também configura crime eleitoral – e a notícia do “kit gay” usada pela campanha de Bolsonaro contra Fernando Haddad (PT) e que foi comprava ser falsa.
“Senhora ministra, qual a posição do TSE? Nós estamos aguardando, nós queremos o melhor para o Brasil, nós queremos justiça”, diz a atriz.
Nota do PT
A Comissão Executiva Nacional do PT divulgou nota em que denuncia o esquema de Caixa 2 de Bolsonaro para financiar a indústria de mentiras nas redes sociais. O PT informa também que pediu “à Polícia Federal, uma investigação das práticas criminosas do deputado Jair Bolsonaro”.
Eis a íntegra da nota:
“Pelo menos quatro empresas foram contratadas para disparar mensagens ofensivas e mentirosas contra o PT e o candidato Fernando Haddad, segundo a reportagem, a preços que chegam a R$ 12 milhões. A indústria de mentiras vale-se de números telefônicos no estrangeiro, para dificultar a identificação e burlar as regras da rede social.
É uma ação coordenada para influir no processo eleitoral, que não pode ser ignorada pela Justiça Eleitoral nem ficar impune. O PT requereu nesta quarta (17), à Polícia Federal, uma investigação das práticas criminosas do deputado Jair Bolsonaro. Estamos tomando todas as medidas judiciais para que ele responda por seus crimes, dentre eles o uso de caixa 2, pois os gastos milionários com a indústria de mentiras não são declarados por sua campanha.
Os métodos criminosos do deputado Jair Bolsonaro são intoleráveis na democracia. As instituições brasileiras têm a obrigação de agir em defesa da lisura do processo eleitoral. As redes sociais não podem assistir passivamente sua utilização para difundir mentiras e ofensas, tornando-se cúmplices da manipulação de milhões de usuários.
O PT levará essas graves denúncias a todas as instâncias no Brasil e no mundo. Mais do que o resultado das eleições, o que está em jogo é a sobrevivência do processo democrático”.
A Comissão Executiva Nacional do PT