Romário Schettino -
Ex-ministro faz reuniões de avaliação política, dá entrevista e inicia uma série de lançamentos de seu livro “Zé Dirceu - Memórias, Volume I”. Noite de autógrafos no dia 4 de setembro, às 19h, no Circo Voador (Lapa), Rio de Janeiro.
Enquanto se prepara para viajar pelo Brasil, Dirceu realiza conversas em eventos de apoio aos candidatos do PT no Distrito Federal, Cristina Roberto (Deputada Federal) e Chico Vigilante (Deputado Distrital). Nesses encontros, Zé Dirceu fez avaliações otimistas em relação à campanha eleitoral do Partido dos Trabalhadores em nível nacional.
Para Dirceu, o grande apoio popular a Lula, neste momento, dá a ele condições de transferir votos suficientes para levar Fernando Haddad ao segundo turno contra Jair Bolsonaro. “Não temos medo da direita, sabemos como enfrentá-la”, diz ele.
“O cenário atual é de aproximação crescente da classe média e de consolidação da sábia identidade do povão com o PT”, avalia. Para Dirceu, “a direita antipetista deverá votar em Bolsonaro diante do fracasso de Geraldo Alkmin, mas Lula é mais forte que todos eles juntos”.
Em entrevista de uma hora concedida hoje (28/8) ao jornalista Eumano Silva, do portal Metrópoles, Zé Dirceu foi questionado sobre o envolvimento do PT em casos de corrupção. “Houve caixa dois, mas não compra de votos. Nessa eleição (2018) estão comprando voto a R$ 100 no Brasil inteiro, mas nós não fazemos isso”, respondeu Dirceu. Para ele, esse problema do financiamento de campanha só será resolvido com uma reforma política profunda. "Dilma propôs uma Constituinte com plebiscito e disseram, inclusive a mídia, que era ditadura. Como pode uma proposta de plebiscito ser assunto de ditadura?", questiona.
Dirceu disse a Eumano que "o problema no Brasil é que os partidos de direita não querem (a reforma política) e o PT virou um bode expiatório". A previsão do ex-ministro é que 70% desse Congresso vai se reeleger e isso significa que não haverá grandes mudanças.
Vale a pena ouvir a entrevista na íntegra neste endereço: https://www.metropoles.com/brasil/politica-br/houve-caixa-2-mas-nao-compra-de-votos-diz-dirceu-sobre-pt
LANÇAMENTO DO LIVRO
No dia 4 de setembro Zé Dirceu estará no Circo Voador (Lapa), Rio de Janeiro, a partir das 19h, para uma noite de autógrafos.
Depois do Rio, o ex-ministro vai a Vitória, no Espírito Santo. Em seguida percorrerá todo o Nordeste, até chegar em Belém (Pará). Tudo isso a bordo de um micro-ônibus. Deverá retornar a Brasília só depois das eleições.
Neste primeiro volume Dirceu relata suas memórias até o início do chamado processo do Mensalão. No livro, ele conta fatos relacionados aos principais líderes da política brasileira nos últimos 50 anos. Aborda sua luta contra a ditadura militar, a redemocratização, a derrubada do presidente Fernando Collor, a oposição aos governos de Fernando Henrique Cardoso, a eleição de Lula e Dilma e o atual momento político do país.
Dirceu também fala de sua vida pessoal, sua mulher, ex-mulheres e filhos. Estimulado por Simone, sua atual mulher, decidiu deixar escrita sua história para sua filha de 7 anos. Escreveu enquanto esteve preso, nos fins de semana.
José Dirceu foi o principal articulador político da campanha que elegeu Lula presidente da República, depois foi ministro da Casa Civil no primeiro mandato do ex-presidente. Foi preso na 17ª fase da operação Lava Jato e condenado a 30 anos e 9 meses de prisão.
No mês passado, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a execução da pena e o liberou da prisão, a contragosto do juiz Sérgio Moro, que tentou, mas não conseguiu, manter nele a tornozeleira eletrônica.