Romário Schettino -
Tudo o que a direita queria era que Dilma Rousseff renunciasse ao governo no dia em que o Congresso acolheu a admissibilidade do processo de impeachment. Hoje, dia 24/8, ela explicou que “não renuncia porque é preciso resistir a esse processo injusto e para que o Brasil não reconheça como legítimo mais um golpe à democracia”.
Ela disse isso durante ato convocado pela Frente Brasil Popular no auditório do Sindicato dos Bancários de Brasília, onde estavam mais de mil pessoas ligadas aos movimentos sociais, a partidos políticos e aos sindicatos da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
Dilma mobilizou a população para mostrar aos que ela chama de “parasitas da democracia” que não é mais possível “desrespeitar as instituições, a legislação e sustentar processos ilegais”.
A presidenta acha que só com a organização social, com o debate permanente, será capaz de impedir o retrocesso nas conquistas de seus governos e de Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma vai ao Senado dia 29 de agosto, às 9h, para enfrentar os 81 senadores que terão de dizer ao país e ao mundo por que querem tirar do governo uma pessoa eleita por 54 milhões de eleitores.
“No dia de hoje, em 1954, Getúlio Vargas foi levado ao suicídio para impedir o golpe que foi consolidado dez anos depois, em 1964, com a derrubada do presidente João Goulart”, disse Dilma.
E acrescentou: “Hoje, eu não preciso me suicidar, nem fugir para o Uruguai, porque nós [o povo brasileiro] derrubamos a ditadura e conquistamos a democracia. Mas isso não nos impede de continuar lutando para que os princípios democráticos e a legalidade sejam respeitados”.
A presidenta convocou a população para se manter mobilizada na luta pela regulação de todos os setores da economia, inclusive o da comunicação.
“Não podemos admitir o monopólio nas comunicações, que é antidemocrático, e vem sustentando o golpismo que quer destituir uma presidenta que não cometeu nenhum crime de responsabilidade”, finalizou Dilma.
A Frente Brasil Popular encerrou o ato convocando a população para comparecer à Esplanada dos Ministérios, no dia 29/8, a partir das 8h, a fim de acompanhar o depoimento de Dilma no plenário do Senado.