Manifestações mobilizam 63 cidades em 24 países no próximo domingo 28/6. Depois de somar mulheres de todos os estados do país, do Distrito Federal e também brasileiras que vivem no exterior, o Levante Mulheres Derrubam Bolsonaro se une a uma série de manifestações pelo mundo e junta forças com o Stop Bolsonaro.
A iniciativa, capitaneada por movimentos de esquerda na Europa e nas Américas, pretende mostrar nas ruas e nas redes de pelo menos 24 países e 63 cidades o tamanho do descontentamento com o (des)governo que ceifa vidas, destrói os direitos dos brasileiros e ameaça o planeta dia após dia.
Motivos não faltam. Foram eles que levaram mais de 40 mil mulheres, representantes de pelo menos 15 setores da sociedade, a assinar o Manifesto das Mulheres Brasileiras. O documento avisa que as mulheres não serão caladas e não descansarão enquanto Bolsonaro não cair.
Desde a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, crivada por irregularidades, o Brasil sofre as consequências de um governo autoritário que representa um perigo para o meio ambiente, o Estado de Direito, a vida das mulheres e dos jovens negros e pobres.
Com suas ações, o governo Bolsonaro amplia o ataque à democracia, iniciado no golpe de 2016. Desde então, as conquistas de direitos das últimas décadas têm sido aniquiladas. O Meio Ambiente, a Cultura, a Saúde, a Educação e a Ciência deixaram de fazer parte da agenda de desenvolvimento no país.
Ao apoiar projetos latifundiários – que põem em risco populações indígenas, ribeirinhas, do campo e da floresta – e ao aprovar o uso agrícola de produtos químicos proibidos, Bolsonaro atenta contra a saúde pública e incentiva, com enorme energia, a destruição da Amazônia, do Cerrado, da Mata Atlântica, das águas, dos pântanos, do ar.
Nas cidades, o governo estimula a violência policial e paramilitar e promete facilitar, por meio da flexibilização das leis, o acesso da população às armas e munições – fazendo crescer o feminicídio e a matança nas periferias. Seus comentários racistas, misóginos e preconceituosos contra a população LGBTQI+, assim como sua apologia à ditadura militar e à tortura, encorajam ataques por parte de grupos radicais, criando um clima de intolerância e violência contra pessoas que vivem e pensem de maneira diferente desses setores.
Com cortes no orçamento e perseguição política, escolas, universidades públicas, instituições culturais e científicas têm sido enfraquecidas. As cotas de ingresso na pós-graduação destinadas a negros, indígenas e pessoas com deficiência estão sob permanente risco de boicote.
Paira ainda sobre esta gestão, a suspeita de que membros do governo e o próprio presidente estejam envolvidos em diversas ilegalidades que precisam ser apuradas. Uma delas estaria relacionada com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Silva.
A população negra, principal alvo do genocídio em curso, tem sofrido rotineiramente sob um presidente assumidamente racista. Sua necropolítica mata por bala, por meio do braço armado do Estado (as polícias), pelo crescimento do poder das milícias, ou pela precarização do acesso à moradia, saneamento básico, saúde, educação, lazer, segurança pública.
A pandemia da Covid-19 expõe a criminosa falta de responsabilidade e de empatia do governo Bolsonaro. Segundo dados oficiais, há mais de um milhão de infectados pelo Coronavírus no Brasil. Mais de 50 mil cidadãos perderam a vida e o país se converte em um dos epicentros da pandemia – que é ainda mais cruel e letal com os negros, os pobres, os indígenas e os vulneráveis da sociedade.
Para esquivar-se das orientações da OMS, o governo, que há mais de um mês permanece sem um ministro da saúde, ameaça abandonar esta organização mundial.
Para piorar o quadro, Bolsonaro impõe uma política econômica neoliberal desumana – que, em lugar de oferecer apoio àqueles que sofrem as consequências da pandemia e o desemprego – impulsiona a privatização de empresas, sucateia os serviços públicos essenciais, corta direitos sociais, trabalhistas e previdenciários. Sob a ótica do governo, a vida vale menos que a economia.
Por tudo isso, brasileiras e brasileiros residentes no Brasil e no exterior ocuparão as ruas de suas cidades e as redes sociais no próximo domingo (28/6), Dia Mundial do Orgulho LGBTQI+ para dizer Basta! Os atos contra a política genocida de Jair Bolsonaro, intitulados Stop Bolsonaro, se juntam ao grito das mais de 40 mil brasileiras que já assinaram o Manifesto do Levante das Mulheres, documento que cobra das instituições da República o cumprimento dos seus papéis. Elas podem parar este governo antes que seja tarde.
O Manifesto será protocolado no dia 2 de julho no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que analisa a cassação da chapa eleita em 2018 sob acusação de fraude, na Câmara dos Deputados, onde dezenas de pedidos de Impeachment se avolumam, e também no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve apurar acusações de inúmeros crimes, como os praticados na saúde pública, a produção de notícias falsas, a apologia à ditadura, ao fascismo, além de outros atentados à Constituição.
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