"A vida é de quem se atreve a viver".


"Infinito", obra de Tunga que faz parte do Acervo do MAR
Tunga – o rigor da distração

Exposição no Museu de Arte do Rio (MAR) reúne cerca de 200 obras de Tunga, muitas delas inéditas, criadas entre 1975 e 2015. A mostra fica aberta ao público até novembro deste ano.

Com a curadoria de Luísa Duarte e Evandro Salles, diretor cultural do MAR, a exposição foi organizada em parceria com o Instituto Tunga, guardião do conjunto da obra do artista.

Esculturas, filmes, fotografias e textos (pensados pelo artista como obras) completam a mostra, que ocorre doze anos depois da última individual do artista no Rio de Janeiro e é a primeira após o seu falecimento, em 2016.

“Em Tunga, o desenho era tomado como o seu espaço de elaboração. É a partir deles que, muitas vezes, nascem e se desenvolvem as poéticas fundamentais de sua obra, que depois se expandem para outras mídias, como fotografias, performances, vídeos e textos ficcionais”, explica Evandro Salles.
 
O público poderá acompanhar esse processo ao longo de um percurso que inclui desde trabalhos dos anos 1970, quando já se anunciava o forte vínculo de Tunga com a psicanálise, passando por núcleos que apresentam momentos marcantes da obra, como as séries “Xifópagas Capilares” (1984) e “Semeando Sereias” (1987) e, mais recentemente, as aquarelas “Quase Auroras” (2009). Além disso, estará em exibição uma série de estudos – desenhos que se relacionam com obras escultóricas.

Outro aspecto que fica evidente são as parcerias feitas pelo artista ao longo da vida. No vídeo “Resgate” (2001) estão presentes o compositor e poeta Arnaldo Antunes e a coreógrafa Lia Rodrigues. O filme em 16 mm “Heaven Hell’s/Hell’s Heaven" (1999) traz a respiração de Marisa Monte e Arnaldo Antunes como trilha sonora. Já o filme “Nervo de Prata” (1986), por sua vez, é uma parceria com Arthur Omar.

A exposição traz também uma cronologia da obra do artista e diversos fragmentos de seu pensamento através de entrevistas em vídeo e trechos de falas inscritos nas paredes. A ideia é promover um encontro do público com a potência do pensamento de Tunga.

A curadora Luísa Duarte diz que “são várias as entrevistas nas quais o artista descreve a si mesmo como um clínico geral e teórico. Ou seja, alguém que tinha um programa poético que podia ser desdobrado em inúmeras linguagens – escultura, desenho, performance, filme, texto, etc. Tunga pensava muito bem e de forma muito clara, tanto sobre seu próprio trabalho como sobre a arte em geral. Acho que esse pensamento tem um poder de atração imenso”

Segundo Luísa Duarte, o título da exposição, retirado de um escrito do próprio artista, reflete o interesse de Tunga pela aliança entre inconsciente e programa poético: “O rigor da distração condensa uma ideia importante para o artista, qual seja, a de valorizar o que acontece enquanto estamos distraídos ou mesmo dormindo, sonhando – quando o inconsciente emerge – e conectar isso a um rigor, um fazer que possui um programa poético extremamente sofisticado tanto em termos formais quanto em temos conceituais”.

O artista

Nascido em Palmares (PE), no dia 8 de fevereiro de 1952 – e falecido no Rio de Janeiro no dia 6 de junho de 2016 –, Tunga (foto abaixo) tornou-se um dos nomes mais importantes de sua geração. Integrou a X Documenta de Kassel, 1997, com curadoria de Catherine David. Tunga também foi o primeiro artista contemporâneo a ter uma obra exposta na pirâmide do Museu do Louvre, Paris, em 2005.



Serviço:
Exposição: Tunga – o rigor da distração
Período: Até novembro de 2018
Horário: De terça a domingo de 10h às 17h.
Às terças-feiras a entrada é gratuita para todos os frequentadores.
Às segundas o museu fecha para o público.
Local: Praça Mauá, 5 – Centro.
Entrada: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia-entrada) – para pessoas com até 21 anos, estudantes de escolas particulares, universitários, pessoas com deficiência e servidores públicos da cidade do Rio de Janeiro. O MAR faz parte do Programa Carioca Paga Meia, que oferece meia-entrada aos cariocas e aos moradores da cidade do Rio de Janeiro em todas as instituições culturais vinculadas à Prefeitura. Apresente um documento comprobatório (identidade, comprovante de residência, contas de água, luz, telefone pagas com, no máximo, três meses de emissão) e retire o seu ingresso na bilheteria. Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard).
Bilhete Único (MAR + Museu do Amanhã): R$ 32 – R$ 16 (meia-entrada) para cariocas e residentes no Rio de Janeiro, mediante apresentação de documentação ou comprovante de residência comprobatórios. Serão considerados documentos comprobatórios aqueles que contenham o local de nascimento, tais como RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc. Serão considerados comprovantes de residência os títulos de cobrança com no máximo 3 (três) meses de emissão, como serviços de água, luz, telefone fixo ou gás natural, devidamente acompanhado de documento oficial de identificação com foto (RG, carteira de habilitação, carteira de trabalho, passaporte etc.) do usuário.  
Política de gratuidade: Não pagam entrada – mediante a apresentação de documentação comprobatória – alunos da rede pública (ensinos fundamental e médio), crianças com até 5 anos ou pessoas a partir de 60, professores da rede pública, funcionários de museus, grupos em situação de vulnerabilidade social em visita educativa, Vizinhos do MAR e guias de turismo.
Mais informações: Telefone (55 21) 3031-2741 ou no site www.museudeartedorio.org.br

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