A 15ª sessão do Cine Cleo (cineclube das mulheres) exibe nesta quinta-feira (5/7), às 19h, na Faculdade Dulcina de Moraes - Conic (SDS) os filmes “Mains propres” (RJ), de Louise Botkay, “Caixa D’ Água: Qui-lombo é esse?” (SE), de Everlane Moraes, e “Ava Yvy Vera: A Terra do Povo do Raio” (MS/MG), de Edna Ximenes, Genito Gomes, Sarah Brites, Valmir Gonçalves Cabreira, Johnaton Gomes, Joilson Brites e Johnn Nara Gomes. Entrada franca.
Essas produções articulam as relações entre poder, território e cinema. “A partir de experiências africanas, quilombolas e indígenas, a produção de imagem surge em diferentes formas e afetos”, explica a equipe de curadoria do Cine Cleo.
Criado em outubro de 2017, o Cine Cleo é um cineclube brasiliense que foi fundado por atrizes, diretoras, pesquisadoras, produtoras e técnicas na área audiovisual. Mulheres que debatem junto ao público, sempre quinzenalmente às quintas-feiras, temas de interesse social e de gênero.
Território, cinema e arte
“Mecanismo de dominação, memória e resistência, construção de mito e futuro. Se a territorialidade se mostra fator fundamental para discussão política e é tema em cada um dos filmes, a forma como cada um se elabora reitera questões sobre como existir também nas imagens”, explicam as curadoras do cineclube.
Um dos destaques dessa sessão será a exibição de “Mains propres” (RJ), de Louise Botkay. O filme de oito minutos fala sobre a era pós-colonial, quando os países pobres continuam sujeitos aos mesmos grupos de países que os colonizaram. A Europa está em guerra, mas sem alardes, nas ruas da cidade e no campo todos fingem não saber ou não se lembrar disto. Existem as cooperações internacionais que “ajudam” os países mais pobres, deixando no ar um perfume de infinita dependência.
O filme “Caixa D’Água: Qui-lombo é esse?” (SE), de Everlane Moraes, é um documentário que relata, através de depoimentos de antigos moradores e de acervo fotográfico, a importância cultural e histórica do bairro considerado como o segundo remanescente quilombola urbano do Brasil, localizado em Aracaju, capital de Sergipe.
Para finalizar, o longa-metragem “Ava Yvy Vera: A Terra do Povo do Raio” (MS/MG), dirigido por indígenas, fala sobre a história de resistência dos povos Guarani e Kaiowa na empreitada que os levou a reconquistar suas terras. A produção explora ainda a influência do “teko” (lar, em tradução informal) na rotina das tribos e na sua comunicação com outros povos.
Ao final da sessão, haverá debate conduzido pelas curadoras Amanda Devulsky, Erika Bauer, Glênis Cardoso, Isabelle Araújo e Nayla Ramalho.
Histórico
O Cine Cleo homenageia Cleo de Verberena (1909- 1972), a primeira mulher brasileira a dirigir um longa-metragem no país, O Mistério do Dominó Preto, em 1930. O projeto é patrocinado pelo FAC – Fundo de Apoio à Cultura. O cineclube faz ainda parceria com o projeto Verberenas, site colaborativo de críticas de cinema escritas por mulheres realizadoras audiovisuais. O projeto nasceu em 2015, dentro da Universidade de Brasília.
Ficha técnica
Curadoria: Amanda Devulsky, Erika Bauer, Glênis Cardoso, Isabelle Araújo
Produção executiva: Natália Pires
Direção de produção: Natália Pires
Produção: Sofia Benevides
Produção técnica: Mari Mira e Janaína Montalvão
Design e assessoria de comunicação: Flora Egécia (Estúdio Cajuína) Bianca Novais (Estúdio Cajuína)
Serviço:
Cine Cleo (Cineclube das Mulheres)
Dia: 5 de julho (quinta-feira), às 19h.
Em cartaz até agosto de 2018, quinzenalmente, sempre às quintas-feiras, às 19h.
Local: Na Faculdade Dulcina de Moraes - Conic (SDS)
Não recomendado para menores de 16 anos