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OSTNCS faz concerto para comemorar os 75 anos de Jorge Antunes
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília homenageia Jorge Antunes

Para comemorar os 75 anos do compositor Jorge Antunes, um dos mais conhecidos maestros de Brasília, o Concerto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro (OSTNCS) desta terça-feira, 3/10, às 20h, no cine Brasília (106 Sul) apresenta, além de obras do maestro, as três composições vencedoras do 1º Concurso de Composições Jorge Antunes.

O concerto será regido por Jorge Lisbôa Antunes, filho do maestro Jorge Antunes. O concurso foi promovido este ano pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional e Secretaria de Cultura do DF para dar oportunidade a novos e jovens compositores até 35 anos de apresentarem suas composições musicais.

Ao concurso foi dado o nome de Jorge Antunes, para homenagear o maestro que, apesar de nascido no Rio de Janeiro, vive em Brasília há mais de 40 anos, completando 75 anos em 2017. Foi em Brasília, entre 1974 e 2017, que Jorge Antunes teve suas principais obras estreadas, muitas delas na interpretação da OSTNCS.

Os três jovens compositores premiados, Helder Oliveira, Paulo Henrique Raposo e Carlos dos Santos, são importantes revelações da nova geração. As três obras vencedoras foram escolhidas por um júri formado de cinco renomados maestros: Harry Crowl, Jorge Antunes, Claudio Cohen, Rubens Ricciardi e Marcos Cohen.

Sobre as obras:

Abertura - Ópera A Cartomante (Jorge Antunes)

A ópera A Cartomante, de Jorge Antunes, foi composta em 2013 e teve sua estreia mundial em agosto de 2014, com três récitas, na programação do IV Festival de Ópera de Brasília. O libreto da ópera foi escrito pelo próprio compositor, baseado no conto homônimo de Machado de Assis, com adaptação radical que, embora mantida a atemporalidade, dá aos personagens perfis próprios da sempre atual luta de classes.

Na Abertura da Ópera A Cartomante, peça com 9 minutos de duração, Jorge Antunes utilizou o formato tradicional do pasticcio, em que os temas dos personagens são apresentados de modo imbricado, com fusões e contrapontos. Nessa obra sinfônica independente são apresentados, de modo caleidoscópico, os leitmotive dos personagens machadianos.

Azuis, variações para orquestra, de Carlos dos Santos (3º lugar)

Azuis é uma peça que busca explorar múltiplas sonoridades orquestrais sobre uma frase descendente que polariza a nota ré. Para isto foi utilizado simetrias rítmicas e corais geradores, ambos temas de pesquisas do compositor no que diz respeito a processos composicionais. Faz uma homenagem ao conceito do compositor Jorge Antunes de música cromofônica. Desta forma a peça faz um caminho entre o azul mais intenso até um azul bem claro chegando próximo ao branco em sua última variação.

Thermidor, de Paulo Henrique Raposo (2º lugar)

Thermidor faz referência ao 9 de Termidor (décimo primeiro mês) do ano II do calendário revolucionário francês (27 de julho de 1794): o ápice de uma série de eventos que marcou o fim do chamado regime do Terror, com a queda de Robespierre. É a quarta peça que integra um conjunto de composições que representam, para o compositor, uma grande mudança estética em relação às anteriores e, talvez, um momento em que o retorno não seja mais possível.

Segmentos, de Helder Oliveira (1º lugar)

Segmentos baseia-se nas leis de agrupamento perceptual segundo a Teoria da Gestalt, que norteou o planejamento dos aspectos estruturais envolvidos na criação e interconexão dos gestos musicais. O primeiro movimento enfatiza as leis de boa continuidade e fechamento –relacionadas às expectativas do ouvinte – e a lei da experiência passada, através do uso de citação. O segundo movimento enfatiza as leis de proximidade e similaridade, relacionadas à segregação e unificação de sons na superfície musical (melodia). Por fim, o terceiro movimento destaca aspectos da lei de pregnância (através da sobreposição de uma ideia musical em cânone e da sobreposição de duas ideias) e aspectos da lei de segregação-unificação, por meio de variações temáticas e tratamento textual diversificado.

Sobre os compositores:

Maestro Jorge Antunes (75 anos)

Nasceu em 1942. Formou-se em violino, composição e regência em 1968. Em 1961 se destacou como precursor da música eletrônica no Brasil, ao mesmo tempo em que ingressava no curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi). Realizou estudos pós-graduados em composição no Instituto Torcuato Di Tella de Buenos Aires. Estudou no Instituto de Sonologia da Universidade de Utrecht, no Conservatório Nacional de Música de Paris e no Groupe de Recherches Musicales de l'ORTF, onde atuou como compositor-estagiário sob a orientação de Pierre Schaeffer.

É doutor em Estética Musical pela Universidade de Paris VIII. Foi Professor Titular de Composição Musical na UnB até 2011, quando se aposentou. Tem vários CDs, DVDs e livros publicados. É membro da Academia Brasileira de Música e Presidente da Sociedade Brasileira de Música Eletroacústica. Suas obras são publicadas por importantes editoras internacionais.

Carlos dos Santos (3º lugar)

Nasceu em São Paulo, capital, em 1990. É percussionista e compositor. Estudou na EMESP (antiga ULM) com Ari Gomes e Alfredo Lima. Orientado por Ricardo Bologna, é bacharel em percussão pela Universidade de São Paulo. Estudou composição com Eduardo Guimarães Álvares e Aylton Escobar. Vencedor de vários concursos de composição nacionais, atualmente é mestrando em Música pela Unicamp, sob a orientação do Prof. Dr. Manuel Falleiros.

Paulo Henrique Raposo (2º lugar)

Nasceu em 1983 em Taubaté, São Paulo. É Mestre em Composição Musical pelo Programa de Pós-Graduação em Música da UniRio. Cursou o bacharelado em Música, habilitação guitarra, na Faculdade Santa Cecília (Fasc, Pindamonhangaba) e Especialização em Composição Musical na Faculdade de Música Carlos Gomes (FMCG, São Paulo). Atualmente se dedica à docência no ensino superior nos cursos de Licenciatura em Música da Faculdade de Música Carlos Gomes e da Faculdade de Campo Limpo Paulista (Faccamp).

Helder de Oliveira (1º lugar)

Nasceu em 1987 em Campina Grande, Paraíba. É licenciado em Música e Técnico em Piano pela UFRN. Foi professor substituto de Análise e Percepção Musical dessa mesma universidade. É Mestre em Composição Musical pela UFPB, sob orientação de Liduino Pitombeira, e estudou composição com Danilo Guanais (UFRN) e Manoel Nascimento (Conservatório Pernambucano). É autor de vários artigos apresentados em congressos nacionais de Música. Atualmente cursa o doutorado em Poéticas da Criação Musical da UFRJ, sob orientação de Liduino Pitombeira.

Sobre o maestro regente:

Maestro Jorge Lisbôa Antunes

Filho do maestro Jorge Antunes, Jorge Lisbôa Antunes nasceu em Brasília e formou-se na UnB em regência. Também estudou regência com o maestro Emílio César, e participou de master-classes com Helmuth Rilling, Ernani Aguiar e Sergio Carvalho. Formou-se também em violino na Escola de Música de Brasília em 1997, onde é atualmente professor de violino e dirige a Orquestra Juvenil da Escola.  Em 2011 ele concluiu seu Mestrado em regência orquestral na Universidade Simón Bolívar, em Caracas, Venezuela, sob a orientação do maestro Alfredo Rugeles. É diretor artístico e regente da Orquestra Ars Hodierna (OAH), fundada em 2007, com foco na interpretação de obras contemporâneas.  Participou como maestro e maestro assistente de vários concertos internacionais, incluindo Cancun e Paris.

SERVIÇO:
Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional
Concerto em homenagem aos 75 anos do maestro Jorge Antunes
Dia 3 de outubro de 2017, terça-feira, 20h.
Cine Brasília 106/107 sul
Entrada gratuita por ordem de chegada
Contato: Maestro Claudio Cohen (61) 9 8115-6777

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