"A vida é de quem se atreve a viver".


Na mostra “Agnaldo Manuel dos Santos – A conquista da modernidade”, estão reunidas as obras: Esculpindo uma Trajetória, O Universo das Carrancas, Sobre Gente e Afeto, A África de Agnaldo e Entre Santos e Ex-votos
MAR recebe exposição do baiano Agnaldo Manoel dos Santos

Com curadoria de Juliana Bevilacqua, estreia neste sábado (12/11) exposição com mais de 70 esculturas em madeira do artista negro baiano Agnaldo Manoel dos Santos.

Agnaldo Manuel nasceu na Ilha de Itaparica, na Bahia, em 10 de dezembro de 1926, local onde viveu até 1946. Pouco se sabe de sua vida antes de se mudar para a cidade de Salvador naquele ano.

É, no entanto, em 1947, que ele, ao procurar um emprego na região do Porto da Barra, conheceu o artista Mário Cravo Júnior e se tornou vigia do seu ateliê e em seguida seu assistente. Foi apenas por volta de 1953 que Agnaldo se tornou artista, mais especificamente, um escultor de madeira.

Desde 2013, a curadora Juliana Bevilacqua vem estudando sua obra também com o intuito de mostrar sua trajetória de experimentações que vão além das referências à sua ancestralidade.

“Até hoje, a sua produção vem sendo vinculada a uma conexão profunda com a África, sobretudo através do inconsciente e do atavismo. Agnaldo seria, dessa forma, um produto das ressonâncias africanas na diáspora, não importando o quão marcante foi a sua circulação no meio artístico e os contatos com outros artistas para a sua formação, nem os estudos e as múltiplas referências com as quais lidou ao longo da sua trajetória para realizar as suas obras. Ele se formou como artista no ateliê mais importante da Bahia na década de 1950, fez escolhas conscientes, subvertendo o lugar que o colocavam”, conta a curadora.

Na mostra Agnaldo Manuel dos Santos – A conquista da modernidade, estarão reunidas obras de museus e coleções privadas que resgatam seus múltiplos interesses nas formas, temas e referências, explorados em esculturas nos seguintes eixos: Esculpindo uma Trajetória, O Universo das Carrancas, Sobre Gente e Afeto, A África de Agnaldo e Entre Santos e Ex-votos.

“É bastante simbólico que, no ano do aniversário de sessenta anos da morte de Agnaldo, esta exposição esteja sendo apresentada no Museu de Arte do Rio (MAR). A primeira mostra individual do artista, curiosamente, não aconteceu na Bahia, e sim no Rio de Janeiro, em 1956, na emblemática Petite Galerie, com a qual assinou um contrato de exclusividade em 1960”, diz Juliana.

O recorte escolhido para a mostra reflete o esforço e o empenho em subverter o lugar ao qual se pretendeu delimitar um artista que levava muito a sério seu ofício. “Agnaldo, é, sem dúvida, também uma conquista da modernidade, que se beneficiou de um artista único em muitos sentidos. Ainda que jamais saberemos quais outros voos o escultor alçaria se não tivesse partido tão cedo, em 1962, ele é, sem dúvida, um caso singular da arte moderna no Brasil”, reflete a curadora.

Mais informações em www.museudeartedorio.org.br
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Serviço:
Exposição: Agnaldo Manuel dos Santos - A conquista da modernidade
Inauguração: 12 de novembro, às 11h
Até dia 26 de fevereiro de 2023
Local: 2º andar do Pavilhão de Exposições do MAR - Praça Mauá, 5 – Centro
Entrada Gratuita

 

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