"A vida é de quem se atreve a viver".


"Ausência - Correspondencia Fotográfica", de Nana Moraes, em exposição no CCJF, do Rio de Janeiro
Valentina Vannicola e Nana Moraes reabrem galerias do CCJF do Rio de Janeiro

Depois de longa paralisação de suas atividades em decorrência da pandemia, o Centro Cultural Justiça Federal do Rio de Janeiro reabre as suas salas de exposição com as mostras de fotografia Valentina Vannicola (Inferno de Dante e Riviere), realizada em parceria com o Istituto Italiano di Cultura do Rio, e Nana Moraes (Ausência e Correspondência Fotográfica), com curadoria de Milton Guran.

Artes visuais, música, artes cênicas, cinema, literatura e outros segmentos da cultura, passam paulatinamente a contar de novo com uma programação presencial que ocupará um dos mais belos espaços da cidade. Localizado na Cinelândia, no Centro da cidade do Rio, e contando com salas de exposição, teatro, cinema e outros espaços, o CCJF funciona no antigo prédio do Supremo Tribunal Federal que foi totalmente reformado há vinte anos para funcionar como centro de arte e cultura.

Sua reabertura reforça também a política da nova gestão iniciada em abril de 2021 com direção geral da desembargadora Simone Schreiber, direção executiva de Daniela Pfeiffer e curadoria de artes visuais de Evandro Salles.

As exposições

  • Valentina Vannicola

A artista italiana Valentina Vannicola realiza a sua primeira mostra no Brasil. Sua obra é pertencente ao gênero da “fotografia encenada”, onde a componente literária funciona como uma pista a ser seguida, aprofundada e reinterpretada: é uma espécie de input para dar início ao processo criativo livre e pessoal que conduz a uma imagem que toma forma primeiramente em um esboço.

A imagem é então concretizada no clique final, fruto de um complexo trabalho de produção em que a autora assume o papel de roteirista, figurinista, diretora e, também, fotógrafa. Serão apresentadas no CCJF duas séries diferentes de trabalhos. A primeira com 15 fotografias e um desenho inspiradas em trechos específicos do texto do Inferno de Dante e a segunda, intitulada Riviere, com 14 fotografias que realizam uma reconstrução poética de uma história real.

O Inferno de Dante imaginado e recriado por Valentina Vannicola, é apresentado por ocasião das homenagens ao 700º aniversário da morte de Dante que ocorre em 2021. As imagens dão forma a um percurso em espiral nas quais se alternam os pecadores descritos pelo poeta no primeiro dos três cânticos, descrevendo os horrores da alma humana e seus sofrimentos. Ambientadas nos arredores de Tolfa (Roma), local de origem da artista, as fotografias foram realizadas envolvendo os próprios moradores como atores. Protagonista, no mesmo nível da ação, é a paisagem árida da maremma lacial que, com os tons infinitos de ocre, marrom, prata, bronze, dourado, confere às imagens um preciso significado emocional e conceitual.

Riviere é a reconstrução poética de uma história real em torno de uma ilha e seus habitantes. Seguindo uma suposta e fantasiosa visualização tida por seu avô Aquilino, a artista reconstrói um lugar imaginário que se localiza entre realidade e ficção.

  • Ausência

 Nas palavras do curador e fotógrafo Milton Guran:

“A exposição inédita Ausência – Correspondência fotográfica, é mais um produto do trabalho de Nana Moraes sobre a relação entre mães presidiarias e seus filhos, levado a efeito de 2012 a 2016 no complexo de Gericinó, em Bangu (RJ). Foram mais de 15 visitas ao presídio para entrevistas as mulheres participantes, inúmeras viagens por várias cidades para entrevistar os filhos dessas mulheres, e mais de cinquenta cartas trocadas.

Nesse trabalho, Nana pratica o que se pode chamar de “fotografia de escuta”, na medida em que ela empresta seu talento de fotógrafa às vozes das pessoas envolvidas no projeto, numa relação de compaixão e simbiose crítica, que marca definitivamente o resultado do projeto. A exposição é composta por pranchas bordadas pela autora reunindo fotos e frases. Essas pranchas integram um livro sobre o projeto, atualmente no prelo. Nas paredes, serão apresentadas imagens em grande formato, reproduzindo cartas das mães presidiárias e fotografias documentais feitas no presídio e nas residências dos filhos das presidiárias. Complementa e exposição uma projeção de um vídeo com as 40 imagens que constituem a narrativa completa dessa experiência estética e existencial pelas próprias mulheres envolvidas.”

A fotógrafa Nana Moraes é diretora do Retrato Espaço Cultural e coordenadora do Espaço Educação Valda Nogueira. Desde 2018 é coordenadora de formação do FotoRio.  Colabora há mais de trinta anos para os mercados editorial, cultural e publicitário.


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Serviço:
Exposições – Valentina Vannicola (Inferno de Dante e Riviere) e Nana Moraes  (Ausência e Correspondência Fotográfica).
Abertura: 27 de outubro de 18h às 21h.
Período: de 28 de outubro de 2021 a 7 de fevereiro de 2022
Horário: de terça a domingo de 11h às 19h
Local: Centro Cultural Justiça Federal • Av. Rio Branco 241, Centro, Rio de Janeiro • https://www10.trf2.jus.br/ccjf/

 

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